É eu sei que ando sumida, sem escrever, sem fofocar, mas é que a minha
vida anda tão sem graça. Ops! Andava!
Pois este final de semana as coisas começaram a andar nos eixos.
Trabalhei até as 21 horas e apesar do inverno, foi um dia bem quente. E me
permiti usar uma roupa mais leve e descontraída para ir a loja cuidar dos
assuntos.
Sabe como é a vida de comerciante: sempre tem que abrir a lojinha para
ter algum lucrinho. Por isto as 9 da noite estava em plena estação do metro
Cantagalo retornando pra Copacabana.
Quando o metrô parou, quase vazio, vi aquele carinha lindo sentado em
frente a mim. Chinelo havaiana, camiseta
de surfista, bermuda de surfista – obvio que era surfista.
Cabelo bagunçado, sorriso solto e me olhava com um jeito todo safado.
Quando desci em Copacabana, ele também desceu e puxou assunto, disse que
era meu vizinho de andar, que já tínhamos cruzado no elevador, mas que eu não
havia dado chance a ele de se apresentar.
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(PS. Não posso colocar a foto do gatinho da minha amiga. Mas ele é bonito assim tb!) |
E o nosso papo rendeu um chopp e mais outro e mais outro no bar da esquina
de casa, ao final trocamos o nº do whatzap e fui pra casa só pensando nele. E
pensando no que ele havia me dito: tenho
25 anos.
PQP! Outro cara novinho na minha vida? Será que eu tenho cara de creche?
Indignada e ao mesmo tempo super a fim de provar o carinha deixei a vida
seguir em frente, até que dois dias depois, estava saindo correndo do
estacionamento para pegar o elevador quando ele segurou a porta e disse: “pode
vir com calma baby, que estou te esperando”.
Minha vontade foi de deixar as
sacolas de supermercado espalhadas e dar um beijo enorme na boca dele, mas me
contive. Ele me ajudou a carregar o peso até na porta do apartamento, como
retribuição dei um beijo no rosto dele de despedida.
Naquela noite, ele veio até o whatzap e disse que adoraria ter ganhado
um beijo na boca e que ficou com gostinho de quero mais.
“Nossa que safado! Como assim? Mal nos conhecemos!” – gritou de um lado
minha consciência.
Fui conversar com uma amiga para tentar entender o que estava
acontecendo comigo e ela me disse: “ Se você já cogitou essa possibilidade em
sua mente pecaminosa é porque tem chance de acontecer. Então, pare de pensar
milhares de vezes e só vai lá e seja feliz, hahaha !!! Dar uns amassos não vai
arrancar pedaço de ninguém. E mais, ele é mais novo, mas não tem 18 anos. Já
senta no vaso e não balança os pés”.
Putz! Maldição! Não é que ela agiu como a voz do meu capetinha interior?
Enquanto ponderava o que responder a ele, outra mensagem entrou: “Então,
vamos jantar fora hoje?”
E a mente pecaminosa gritou: siimmmmmmmmmmmm e eu fui!
Fui sem medo de ser feliz, fui querendo mais, fui querendo ser feliz e
não me importando com o que seria depois.
E tive uma noite maravilhosa, não só pelo restaurante que era muito bom,
não somente pelo vinho que era de primeira, mas pela companhia dele. Adorei
ficar ao lado dele até o dia nascer.
Os dias seguintes foram
perfeitos, ele as voltas comigo, passando na loja pra me ajudar a fechá-la,
rindo e brincando ao meu lado. Estava me sentindo uma rainha ao lado daquele deus
novo, loiro, sarado, que passava os dias na praia dando aula de surf pra
garotada.
Passei dois meses em
perfeita lua-de-mel com ele. Até namorar na praia, namoramos... foi tudo tão
perfeito, mas tão perfeito....
- E por que acabou,
criatura? – minha amiga capetinha nunca sossega, sabe que eu não nasci pra
ficar sozinha.
- Ah, foi algo chato que
rolou, não estou afim de comentar, deixe pra lá.
- Ah, sim, você vai contar
sim! Desembuça, vomita tudo, vai! Estou esperando.
E com vergonha contei.
- Pois é, outro dia
estávamos no maior Love lá em casa, namorando gostoso sem medo de ser feliz,
quando a campainha tocou. Sai rindo, toda feliz usando a camiseta dele pra
atender a porta. ....
- Eh?..... Fala criatura,
quem era?
- Era a mãe dele de roupão,
cabelo preso com grampos e pantufas nos pés, trazendo bolo de chocolate pro
filhinho tomar no café da manhã. – Depois de muito riso da minha amiga se
acabar de tanto rir e ainda fazer todas as performas pra tornar a situação mais
degradante pra mim, consegui terminar a frase. – O pior de tudo é saber que a
mulher é pouca coisa mais nova que eu!
Ela já veio puxando o assunto na base dos quantos anos você tem?
- Vai tomar... lá na esquina
de casa! Isto é coisa que se pergunta pra uma mulher bonita, conservada,
malhada e sarada que nem eu? Não, não é!
- Mas ela só fez isto? E
ele?
- Ele???? Ele veio só de
cuecas pegar o bolinho da mamãe e ainda pediu leite quente! Depois dessa, vi
que apesar dos 25 aninhos, ele ainda é cria de casa, gatinho de pires e não
posso perder tempo com ele.
- Amiga, quando é que você vai
sair da solteirice, hein? Quando e que você vai arrumar alguém, mais novo ou
mais velho, gordo ou magro, feio ou bonito, pobre ou rico, mas vai sossegar
esse seu lado caçadora criatura?
Olhei bem pra cara da minha
amiga e respondi: Quando Viagra e homem deixar de existirem.
Pena que o rapaz é gatinho
com pires, adoraria levá-lo pra minha cama novamente. Só que sem a mamãe junto.