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Não repare em meu apartamento, ele é pequeno, simples. Mas sei que tenho um bom
gosto para decoração.
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Sim, tem mesmo. Mas estou preocupado, preciso dar um jeito de tirar o carro
debaixo daquela árvore.
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O telefone fixo não funciona sem energia, o meu celular está sem sinal e o seu?
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Também está sem sinal. Será que tem problemas deixar o carro ali? Eu volto
amanha de manhã pra buscar?
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Não acho que seja problemático deixar o carro ali, ele está fechado, você
conseguiu acionar o alarme e a rua é sem saída. A única saída a árvore fechou.
E quanto a você, por que não dorme aqui? Imagino que não seja tão confortável
quanto sua casa, mas com certeza estará ao abrigo da chuva. Este temporal
poderá inundar a cidade.
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Se não há problemas pra você, por mim tudo bem.
Fui
preparar o quarto de hospedes pra ele dormir, toalha de banho e tudo mais que precisaria
para descansar.
Como
não havia luz começamos a conversar, deixei a porta do meu quarto aberta em
quando me trocava, ouvindo a voz dele. Impossível não sentir a eletricidade
entre nós.
A
conversa fluía tão facilmente, que pude entender porque era fácil de ser
seduzida por ele. Era simples ao falar, ao explicar as coisas, o que pensava...
e tudo mais, ao mesmo tempo, era de uma sinceridade, de uma firmeza e de uma
inteligência impar.
Sentei
diante dele e fiquei olhando através da penumbra que as velas acessas faziam no
espaço. De repente o assunto morreu e senti os olhos dele em mim. Parecia que
ele queria falar, pedir, algo com aqueles profundos olhos azuis, mas esperava
por mim.
Sem
avisar, ele parou diante de mim, sentou na mesinha da sala, e nos olhávamos
como se fosse a primeira vez que nos víamos. O cheiro dele era delicioso e
inebriante. Pensei em dizer algo, mas acabei alisando os lábios com a língua
num claro convite para um beijo.
Foi
o que bastou! Ele se aproximou de mim, olhando dentro dos meus olhos,
analisando minha alma, nos beijamos apaixonada e demoradamente, caímos um nos
braços um do outro. Mãos, bocas, pele num encontro que parecia anos que era
aguardado. Nossas mãos corriam soltas por nossos corpos, sem medo, sem
barreiras. Sentia latente em mim o desejo de ser dele, de dormir nos braços
dele e de acordar ao lado dele.
Quando,
me beijando fui sendo puxada pro quarto, não conseguia pensar, e sentia que o
universo havia parado para assistir ao nosso namoro.
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