Quase
um ano depois do nosso casamento - organizando a festa de aniversário de
Sophia, correndo pra baixo e pra cima cuidando de meus negócios e num sufoco
pra manter a agenda pessoal e profissional do Alessandro conciliada com a
minha, pois ainda nos esforçávamos para ter momentos bem especiais para
namorarmos - me deparei com a mãe de dele no meio da minha sala em uma quente tarde
de verão.
Minha
relação com ela não melhorará um centímetro nos últimos meses e eu já havia
decidido que não iria mais me estressar com as maluquices dela.
Ela
vivia meio que enclausurada na própria casa, não era afeita a receber visitas. E
sempre fazia questão de dizer que a escolha do Alessandro tinha sido um enorme
erro.
Nosso
último encontro foi um desastre absoluto, pois ela se pôs a reclamar de Sophia,
dos modos dela, e do fato dela ter um gênio igual ao filho. O que me levou a
perder a cabeça e falar cobras, lagartos e crocodilos para ela.
No
dia ficou visível que aquilo machucava Alessandro e prometi a ele, que não
haveria outras brigas, pois iria me afastar dela e, caso ela desejasse, seria
bem vinda a nossa casa, mas eu e Sophia não voltaríamos mais a casa dela.
A
tristeza que vi nos olhos dele, me deixou chateada, mas convivendo com ele no
dia a dia havia aprendido a esconder meus sentimentos e minhas dores e sabia
que se não agisse assim seria uma guerra eterna entre nós duas.
Por
isto vê-la armada pra guerra na minha sala aquela tarde me assustou e incomodou
tanto. E antes do “boa tarde”, fui
obrigada a engolir mais desaforos dela.
-
Vim rapidamente falar com você. Não pretendo demorar, mas preciso te dar um
recado. - Aquilo era pretensioso demais;
ela dando um recado? Fiquei curiosa...
-
Quero que suma de uma vez por todas da vida do meu filho. Ele não te ama! E
você só faz mal a ele. Esta casa está uma bagunça desde que veio morar com esta
menina aqui, as empregadas vivem reclamando das artes dela e você não faz nada
pra ajudá-lo a construir um futuro.
Não
acha que já gastou dinheiro demais dele? Foram roupas, sapatos, e tudo mais que
uma perdulária poderia fazer e eu acho....
-
Acho que está na hora de você sair da minha casa. Fora! Fora! Não me faça
chamar o segurança. Esta casa é minha e da minha família. Falar desaforos
dentro da sua, eu deixo. Mas aqui não! Respeite
Sophia e respeite meu marido. Ele pode não falar nada, mas toda vez que você
aparece e fala suas maluquices, ele é a pessoa que mais sofre. Se você ainda
não viu a dor nos olhos dele, comece a prestar atenção o quanto você o machuca
com suas asneiras! Agora chega, fora daqui!
-
Não vou sair, não vou, até ele chegar do trabalho. Quero colocar um pouco de
juízo na cabeça dele, quero mostrar a ele que há outras mulheres mais
interessantes que você no mercado.
-
Peraí! Você vem aqui pra tentar acabar com meu casamento, é isto? Pode parar.
Seu filho pode não me amar, mas eu o amo mais do que qualquer outra coisa... o
riso dele, a dança dos olhos dele quando está feliz, a força dele é algo que eu
não posso negar.
Quando
vi que ela ia voltar ao ataque, não pensei duas vezes: - E tem mais. Eu o
admiro por ser exatamente quem ele é e não quem eu acho que ele poderia ser. O
aceito com os defeitos e erros dele, não apenas com os acertos e vitórias. Podemos
ter algumas rusgas, mas nestes meses que estamos juntos a nossa única briga foi
por usa culpa. E eu prometi que faria de tudo pra manter uma família ao redor
dele. Você não irá atrapalhar nossa vida, entendeu?
-
Não? Isto não é vida! Esta menina impossível deveria estar num colégio interno.
Esta casa deveria ser aberta aos clientes e parceiros de negócios de meu filho,
ele deveria ter uma mulher mais glamorosa pra desfilar por aí, pra atrair mais
parceiros e p...
-
Chega mãe! Agora chega! – Seu tom de voz não foi alto, mas conseguiu me
assustar mais do que eu podia imaginar. Meu coração deu um pulo enorme ao ouvir
a dureza em sua voz.
-
Definitivamente você precisa entender, eu escolhi a Linda como mulher e não
quero que você interfira. Não adianta ficar vindo a minha casa, escolhendo a
hora que não estou para criar este tipo de confusão.
- E
antes que você fale algo mais insano, cale-se. Como Linda falou, esta casa é
dela, esta casa é nossa, é de minha família. Não permitirei que ninguém venha
aqui perturbar nosso sossego. Seus desejos de continuar obtendo sucesso à
minhas custas acabam aqui.
-
Alessandro! Não fale assim comigo, sou sua mãe!
-
A Linda é sua nora e a Sophia sua neta. Ela se esforça pra transformar esta casa
em um lar. Ela se esforça pra construir o próprio negócio, cuida desta casa
melhor do que você o fazia quando cuidava dos afazeres desta casa.
- E
quanto a minha menina, bem isto está fora de cogitação. Ela não é uma peste. É
uma criança normal, que vive todos os dias nos dando alegrias. Ótima aluna,
obediente e apesar de espalhar os brinquedos pela casa, sabe que eu não gosto e
me respeita. Diferentemente de você, mamãe.
Até ela já sabe o que você ainda não descobriu.
-
o quê?
-
Que eu sou adulto, dono do meu castelo e do meu nariz. Amadureci e não tenho
mais paciência pra lidar com seus arroubos e chiliques.
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