31 dezembro 2012

Encontro Inesperado - Capítulo XVIII


Quase um ano depois do nosso casamento - organizando a festa de aniversário de Sophia, correndo pra baixo e pra cima cuidando de meus negócios e num sufoco pra manter a agenda pessoal e profissional do Alessandro conciliada com a minha, pois ainda nos esforçávamos para ter momentos bem especiais para namorarmos - me deparei com a mãe de dele no meio da minha sala em uma quente tarde de verão.

Minha relação com ela não melhorará um centímetro nos últimos meses e eu já havia decidido que não iria mais me estressar com as maluquices dela.

Ela vivia meio que enclausurada na própria casa, não era afeita a receber visitas. E sempre fazia questão de dizer que a escolha do Alessandro tinha sido um enorme erro. 

Nosso último encontro foi um desastre absoluto, pois ela se pôs a reclamar de Sophia, dos modos dela, e do fato dela ter um gênio igual ao filho. O que me levou a perder a cabeça e falar cobras, lagartos e crocodilos para ela.

No dia ficou visível que aquilo machucava Alessandro e prometi a ele, que não haveria outras brigas, pois iria me afastar dela e, caso ela desejasse, seria bem vinda a nossa casa, mas eu e Sophia não voltaríamos mais a casa dela.

A tristeza que vi nos olhos dele, me deixou chateada, mas convivendo com ele no dia a dia havia aprendido a esconder meus sentimentos e minhas dores e sabia que se não agisse assim seria uma guerra eterna entre nós duas.

Por isto vê-la armada pra guerra na minha sala aquela tarde me assustou e incomodou tanto. E antes do  “boa tarde”, fui obrigada a engolir mais desaforos dela.

- Vim rapidamente falar com você. Não pretendo demorar, mas preciso te dar um recado. -  Aquilo era pretensioso demais; ela dando um recado? Fiquei curiosa...

- Quero que suma de uma vez por todas da vida do meu filho. Ele não te ama! E você só faz mal a ele. Esta casa está uma bagunça desde que veio morar com esta menina aqui, as empregadas vivem reclamando das artes dela e você não faz nada pra ajudá-lo a construir um futuro.

Não acha que já gastou dinheiro demais dele? Foram roupas, sapatos, e tudo mais que uma perdulária poderia fazer e eu acho....

- Acho que está na hora de você sair da minha casa. Fora! Fora! Não me faça chamar o segurança. Esta casa é minha e da minha família. Falar desaforos dentro da sua, eu deixo. Mas aqui não! Respeite Sophia e respeite meu marido. Ele pode não falar nada, mas toda vez que você aparece e fala suas maluquices, ele é a pessoa que mais sofre. Se você ainda não viu a dor nos olhos dele, comece a prestar atenção o quanto você o machuca com suas asneiras! Agora chega, fora daqui!

- Não vou sair, não vou,  até ele chegar do trabalho. Quero colocar um pouco de juízo na cabeça dele, quero mostrar a ele que há outras mulheres mais interessantes que você no mercado.

- Peraí! Você vem aqui pra tentar acabar com meu casamento, é isto? Pode parar. Seu filho pode não me amar, mas eu o amo mais do que qualquer outra coisa... o riso dele, a dança dos olhos dele quando está feliz, a força dele é algo que eu não posso negar.

Quando vi que ela ia voltar ao ataque, não pensei duas vezes: - E tem mais. Eu o admiro por ser exatamente quem ele é e não quem eu acho que ele poderia ser. O aceito com os defeitos e erros dele, não apenas com os acertos e vitórias. Podemos ter algumas rusgas, mas nestes meses que estamos juntos a nossa única briga foi por usa culpa. E eu prometi que faria de tudo pra manter uma família ao redor dele. Você não irá atrapalhar nossa vida, entendeu?

- Não? Isto não é vida! Esta menina impossível deveria estar num colégio interno. Esta casa deveria ser aberta aos clientes e parceiros de negócios de meu filho, ele deveria ter uma mulher mais glamorosa pra desfilar por aí, pra atrair mais parceiros e p...

- Chega mãe! Agora chega! – Seu tom de voz não foi alto, mas conseguiu me assustar mais do que eu podia imaginar. Meu coração deu um pulo enorme ao ouvir a dureza em sua voz.

- Definitivamente você precisa entender, eu escolhi a Linda como mulher e não quero que você interfira. Não adianta ficar vindo a minha casa, escolhendo a hora que não estou para criar este tipo de confusão.

- E antes que você fale algo mais insano, cale-se. Como Linda falou, esta casa é dela, esta casa é nossa, é de minha família. Não permitirei que ninguém venha aqui perturbar nosso sossego. Seus desejos de continuar obtendo sucesso à minhas custas acabam aqui.

- Alessandro! Não fale assim comigo, sou sua mãe!

- A Linda é sua nora e a Sophia sua neta. Ela se esforça pra transformar esta casa em um lar. Ela se esforça pra construir o próprio negócio, cuida desta casa melhor do que você o fazia quando cuidava dos afazeres desta casa.

- E quanto a minha menina, bem isto está fora de cogitação. Ela não é uma peste. É uma criança normal, que vive todos os dias nos dando alegrias. Ótima aluna, obediente e apesar de espalhar os brinquedos pela casa, sabe que eu não gosto e me respeita. Diferentemente de você, mamãe.  Até ela já sabe o que você ainda não descobriu.

- o quê?

- Que eu sou adulto, dono do meu castelo e do meu nariz. Amadureci e não tenho mais paciência pra lidar com seus arroubos e chiliques.

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