15 novembro 2011

A história por trás da história



Hoje vou compartilhar um pouquinho da vida de um grande amigo meu. (Lógico, claro, obvio que os fatos foram alterados, alguns são inventados, e os nomes são fictícios, mas a essência da verdade está aí).

Outro dia alguém perguntou porque me separei e nunca mais voltei a me casar. Inclusive a “amiga” (da onça) questionou se tinha alguma possibilidade de voltar com meu ex-marido, afinal ele era um gato, sarado, todo malhado, bronzeado, que tinha a maior paciência com os filhos e sempre estava presente. Não satisfeita, completou: “E parece que ele só tem olhos pra você, depois que vocês se separaram nunca mais eu o vi com outra mulher... puxa! Deixa de ser cega e dê outra chance a ele”.

Estupefata parei, analisei todas as implicações do comentário e decidi contar a verdade. Pois, se uma mulher com mais de 30 anos, não pode se dar o direito de superar as adversidades, quem mais pode? ? ? ?

“Querida amiga” - comecei assim, bem sutil – “ você sabe que me casei muito nova e que o Fred* foi o melhor amigo de toda a minha vida. Crescemos juntos, brincávamos de casinha e tudo mais juntos, quando resolvia ia jogar bola com ele e outros moleques na rua de casa.”

“ Depois na adolescência ele sempre esteve ao meu lado, me apoiando – dando cola nas provas, me ajudando com os garotos. O resultado todos sabem: nos casamos quando eu tinha 19 anos e estava grávida da Flavinha, da única vez que resolvi ir pra cama com meu melhor amigo...”

“No início tudo eram flores, ele era presente, amigo, companheiro, até ir ao shopping me ajudar a escolher roupas e sapatos ele ia. Me sentia no sétimo céu, mas tinha algo que sempre me incomodava: ele não me procurava pro sexo. E não era rara às vezes que eu quase que tinha que colocá-lo na parede pra conseguir algo meio assim, assim. E depois começaram os jogos de futebol 3 vezes por semana a noite, a saída com os amigos do trabalho às sextas pra beber, os jogos de baralho toda 3ª feira à noite, e de repente, meu marido, não estava mais em casa. Não era raro ele sair de casa pro trabalho às 9:00 da manhã e voltar as 11:00 da noite”.

“Comecei a ficar desconfiada, comecei a analisar suas atitudes. Fuxiquei em seus bolsos e carteira – só encontrava cartão de trabalho de homens. Fui atrás dele no futebol, e ele estava lá, estava de fato jogando pôquer às terças-feiras, e por fim fui atrás dele numa saída de sexta-feira. Nunca vou esquecer como esta traição doeu. E você tem idéia do por quê?”

“Porque ele foi para um bar gay, um bar onde todos as pessoas que o freqüentam são gays!! Eu fiquei na porta, dentro do carro, parada de boca aberta por quase 3 horas, decidindo se entrava ou não e neste meio tempo, ele saiu de lá, abraçado com um cara que eu nunca tinha visto!! Resolvi seguir... foram parar num motel de beira de estrada. Novamente fiquei na porta esperando ele sair, o que ele fez quase por volta da meia-noite, rindo e trocando beijos com o filho da P*!”

“Foi demais pra mim, fechei o carro do cara, gritei pra fora tudo que tinha que falar, soquei, dei tapa e ele ali, passivo. Esperou meu ataque de nervos acabar pra responder: eu sempre fui gay, você é que nunca notou. As poucas vezes que fui pra cama com você, eu nunca tive prazer. Você engravidou na única vez que transei com uma mulher porque eu desejei. Será que você nunca notou meu interesse pelas roupas, sapatos, lingeries que você usava? Será que você nunca notou que eu tenho por você um carinho de irmão e tão somente isto??”

Depois disto o que me restava fazer? Chorei tudo que tinha direito, reclamei de tudo que tinha direito. Mas depois de um tempo vi que a vida continuava, que havia homens heterossexuais interessados em mim e que, apesar da opção sexual dele, ele era um pai maravilhoso pra Flavinha.

Foi duro? Sim, muito, mas hoje voltamos a ser bons amigos, amigos de infância pra ser sincera, mas não aceito dividir nada que é meu com ele, nem perfume, batom, quanto mais o bofe da vez que estou saindo. E hoje tenho a opção de poder olhar para os lados e escolher melhor. Já pensou se eu continuasse casada com ele, vivendo esta mentira, o que seria de mim? E tanto eu quanto ele somos felizes na vida que escolhemos, então, por que não perdoar?

2 comentários:

  1. hahahah bafao...adorei!!! texto sempre divertido

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  2. hahahahaha putzzz nem vou comentar, e eu que achei a história da Per babado forte :P

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