02 outubro 2012

As Crônicas de Ana - Parte 1

Achei um texto, a muito tempo esquecido em meu pc e resolvi postá-lo da forma que o encontrei.
Se vocês gostarem, continuo postando o restante.



Telefonema



Relaxei a cabeça em cima do braço e deixei os pensamentos vagarem. Aos poucos, idéias insanas rodopiavam em minha mente, como um sonho nostálgico que insistia visitar-me de tempos em tempos. Acordava todos os dias no mesmo horário, ia para a janela olhar os carros que passavam apressadamente e pessoas que andavam como robôs de um lado para o outro. Não sei por que, mas gostava da idéia de observar as pessoas, cada expressão em um rosto anônimo parecia-me algo motivador.
Vivia sozinha em meu apartamento pequeno em Santos, numa avenida agitada e tinha uma linda visão da praia. Quando sobrava tempo caminhava na areia com os pés descalços sentindo a água gelada. Isso me dava a sensação de vida, embora soubesse que algo estava perdido dentro de mim.
Minha vida seguia numa sucessão de dias e noites sem fim. As mesmas coisas, lugares e pessoas.
O telefone tocou. Que sensação estranha! Minha cabeça rodopiou e tive a sensação de que ia cair.  Queria correr e atender logo só que senti minhas pernas trêmulas. Cambaleei, fiz um esforço e atravessei o corredor. Atendi com a voz presa na garganta e antes que pudesse dizer alô, caí ali mesmo na sala.





O Bilhete


Quando dei por mim já nem sabia quanto tempo tinha passado. A lembrança fez-me tremer por dentro, não sabia o que estava acontecendo, só podia estar ficando louca. Isso já havia acontecido a três dias seguidos. A cada vez que acordava havia um bilhete embaixo da porta, com frases, letras de musicas que compus. Mas hoje havia algo a mais:



“O amor é a morte da solidão dentro da alma e quando o encontrar achará a si mesma”. Espero te ver na orla da praia, hoje às 21h30min. Eu também te observo da minha janela."

O que essa pessoa poderia querer de mim? Justamente eu que havia me privado de ter uma vida normal e sociável. Seria algum maluco, algum fã? Já havia parado de cantar a três anos, a mídia nem lembrava mais de mim! Seria algum vizinho? Fiquei tão insegura e cheia de sensações estranhas e desejáveis ao mesmo tempo. Só havia uma forma de descobrir, estava decidida, as 21h30min estaria pontualmente na orla da praia.





3 comentários:

  1. quero saber a continuação, por favor
    bjs, Manu

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    Respostas
    1. oi Manu...em breve a continuacao
      Continue acompanhando,
      bjus

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  2. Aguardando a continuação...
    Adorei o texto, mas quero saber o que vem depois... mega curiosa

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