18 novembro 2012

Parte VI



 - "Eu pensei que estivesse grávida! Afinal o senhor não perguntou, mas minhas regras pararam."
-"Impossível!!! Essa doença torna ambos inférteis, milorde jamais poderia gerar na senhora ou em qualquer mulher um filho."
Ele deixou um frasco de remédio sobre a mesa e disse a Anne que eu deveria tomar uma dose ainda agora e outra a noite. Cheirou o vidro e ordenou a Anne que jogasse aquilo fora e não dissesse uma palavra a ninguém. Conhecia o suficiente de ervas pra saber que se estivesse de fato grávida aquilo mataria ambos, ela e o bebê. Pensou nas mulheres do lorde. Ele deveria ter sofrido achando que matou todas elas quando na verdade não foi. Durante as duas semanas seguintes o médico a visitava diariamente. Ela se sentia péssima, estava com enjôos e só queria dormir e o marido não mais a visitou.

Então finalmente ela melhorara.
E o marido voltara a frequentar sua cama. Quando já tinha certeza de sua situação resolveu contar ao marido.
- "Não pode. Escute Blair. Já vi isso ocorrer com Abigail e depois com todas as outras. Abigail era especial. Ela também pensou que estava grávida. Mas eu sou chamado de o Lorde das Trevas não só porque eu matei minhas esposas com minha doença, mas porque eu sou um vampiro. E não me diga que são apenas lendas porque não são, descobri que é mais uma doença que uma maldição. Ficamos fracos à luz do sol que queima gravemente nossa pele. Morremos. Eu sou um morto vivo. Durante as batalhas nós nos ferimos e nosso sangue entrou em contato com alguns doentes. De onde eu vim, eles se alimentam de carne crua humana, viram monstros. Tentei me curar, e só me casei novamente porque meu médico prometeu que você não seria infectada, mas me enganei."
Ela não falou nada e o marido saiu do quarto. Por dois meses ele não retornou,  e ela se recusou a receber o médico. Somente Ana tinha acesso ao seu quarto de onde jamais saía.
Depois, preocupados, criados avisaram ao Lorde do comportamento incomum da esposa. Ela não iria deixar nenhum médico idiota matar sua filha. Anne levava comida, preparava banhos, tudo sozinha.
Mas ela se recusara a receber qualquer um em seu quarto. E proibira Anne de falar sobre sua barriga a quem quer que fosse. Quando o sétimo mês se aproximava Blair ordenou Anne que mandasse Marcus buscar tia Nena e Dara para ela.
Dara era a melhor parteira de todo o feudo. Ela estava gigante. Mal conseguia andar com apenas sete meses. Sentia que a filha nasceria a qualquer momento. Nena e Dara chegaram dez dias depois.
E já haviam rumores no castelo do porque daquelas mulheres estarem lá. Alguns diziam que a nova senhora havia morrido, e seus parentes vieram buscar seus corpos. Eugéne estava à porta quando as duas chegaram.
- "Ela esta lá dentro, não para de gritar há algumas horas, mas não deixa ninguém além de Anne, a criada entrar, ameacei até por a porta abaixo mas ela não cedeu"
- "Nunca ameace as meninas de Nena, seu lorde. Elas lhe arrancam os olhos. Essa aí fez isso com o padrasto que Deus o tenha." – e apontou para Dara
- "Ademais, um trabalho de parto pode durar dias"
- " Ela não está grávida!!" - revoltou-se Eugéne.
- "Claro que está, onde é que você vive? Se bem que com um castelo desse tamanho deve viver longe. Eu sou parteira, e nem sou tia dela. Então ela só pode ter me chamado porque está grávida, lá vem mais uma menina no mundo. Deixa eu entrar e ver o que está acontecendo aqui."
Todos entraram no quarto aproveitando a deixa de Dara que arreganhara a porta. Blair estava fazendo força e a criança já estava nascendo.
- "Quantos meses?" - perguntou Dara.
- "Oito.” Olhando pra Nena, Dara falou:
- “rápido mulher, já está saindo! Água, sabão, tesoura, lava tudo com aquela vodka que trouxemos e toalhas." rapidamente Nena providenciou tudo enquanto o lorde nervoso andava de um lado pro outro.
- "A menina nasceu." avisou Dara colocando a sobrinha no colo de Nena.
- "Agora faz força porque a placenta ainda está aí", Eugéne admirava a filha encantado. Quando se ouviu mais um choro.
- "É um menino!!! Por Gaia Nena a maldição foi quebrada!!! Devemos ascender os fogos e agradecer todos os deuses por isso." uma suada Blair pegou os filhos no colo. Colocou-os no peito para amamentar.
- "Eu sempre falei que essa coisa de maldição era bobagem, assim como eu falei a um certo lorde, que sua doença não existe, e que foram esses médicos que mataram suas outras esposas..."
Eugéne se aproximou e observou os filhos. Dali pra frente tudo mudaria. Teria uma família com sua esposa Guerreira.  A única que quebrou sua verdadeira maldição, a ignorância.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário, dicas e sugestões.
Tem blog? Deixe o link, vou te visitar!
Me siga, informe, que eu sigo de volta. Bjs