18 novembro 2012

Parte V


Parte V

Parecia que o tal lorde estava com medo de perder mais uma esposa. Não daria a ele esse gosto. Anne, uma menina que a fazia lembrar Tessa, era sua criada pessoal. Ela lhe ajudou a se banhar e a se vestir.
- "Por sorte milorde, já teve esposas de diversos tamanhos e lady Abigail e lady Natalie eram do seu tamanho. Depois vou ajustar as roupas das outras senhoras para que lhe caibam. Só as da última lady é que não poderão ser usadas. Pois ela era menor".
- "Três trocas de roupa me são suficientes”, respondeu.
Anne chocada disse: - "Não. Só lady Abigail possuía mais de duzentos vestidos. Alguns, como esse do seu casamento, nunca foram usados."
Blair olhou o vestido sobre a cama. Era de um verde da cor do musgo, aquela cor ressaltaria seus olhos também verdes e seus cabelos vermelhos. Resolveu não discutir com Anne. Nunca usaria duzentos vestidos porque tão logo pudesse, se apossaria de seu dote, pagaria as cento e vinte moedas ao lorde e voltaria pra casa pra usar armaduras e calças.
Anne não parava de tagarelar enquanto arrumava seus cabelos. Ela já estava com sono só de ouvir a menina. Quando Anne terminou uma batida na porta se ouviu. Chegara a hora. Ela estava nervosa.
Chegando ao pátio do castelo percebeu que a cerimônia seria feita como a do seu povo. A sacerdotiza já esperava no altar. Quando ela viu seu noivo tremeu.
Ele era moreno de olhos e cabelos negros. Era de uma beleza incomum. Grande e forte. Não era jovem tampouco velho aquilo chamou a atenção. Ela caminhou em direção a ele. E foram amarrados.
Marcus trouxe sua espada e ela ofereceu ao noivo. Ele, portanto, lhe ofereceu um punhal que foi colocado em sua cintura. A sacerdotiza proclamou os votos. Em cima do altar estava o pano branco que ela tanto temia, mas sendo o lorde não religioso provavelmente ele não faria como seu povo.
As alianças foram colocadas sobre o altar, unidas por um elo fino de metal. Como manda a tradição ele rompeu o elo com a espada. Colocando um anel no dedo da esposa e outro em si próprio. O cálice foi trazido. Ela pensou que era vinho e se assustou ao perceber o hidromel, tomou um gole e deu a taça ao marido passando adiante para que todos compartilhassem a felicidade do casal. Ela estava dopada.
As mulheres eram drogadas para que não se constrangessem com o ricto nupcial. Ela foi despida quase totalmente. Apenas uma fina camisola lhe cobria os seios. Mas curiosamente estava mais ansiosa do que medrosa. Sabia o que ia acontecer, fora preparada toda uma vida para aquele momento. E não se arrependia de ter trocado de lugar com Frida. Sentiu o marido em cima de si.
Ele cheirava a madeira e canela. Bom. Diferente do porco do Ronald que cheirava azedo. Mas talvez o noivo só fosse limpo agora, para o casamento. Sentiu uma estocada única e uma dor horrorosa, mas momentânea. Logo o marido saiu de cima dela e começou a exibir o pano manchado de sangue para todos. Estava concluído.
O noivo agora era seu marido. Uma coisa inesperada aconteceu. Ele cobriu seu corpo com um manto e a carregou para seu quarto. Lá tudo foi diferente. Ele não lhe dirigiu uma única palavra, mas a fez se sentir segura. Com mãos suaves acariciou seu corpo. Com toques excitou-a ao extremo e quando estava pronta ele a possuiu. Naquela noite toda, eles se amaram. De novo e de novo. Mas na manhã seguinte seu marido havia desaparecido.
Foi apresentada a todos do castelo. Mas não tinha noção de como se administrava um. Logo estava entediada.
Marcus lhe apresentou Terence, seu cunhado que havia desaparecido na noite anterior. Loiro e de olhos azuis, Terrence não se parecia nada com seu marido. E era divertido também. Foi convidada por ele a sempre que quisesse treinar com seus homens, já que a história havia se espalhado.
Ela criou alma nova, mas Marcus disse que não ficaria bem a senhora do castelo treinar entre os homens, e apresentou a biblioteca do castelo pra ela. Isso ajudaria por um tempo.
Por meses o marido falava com ela somente o necessário, nunca aparecia durante o dia, ao menos que estivesse chovendo.
Tinha três médicos que sempre o visitavam, mas quando perguntara todos diziam que ele não estava doente. E ele sempre a visitava a noite. E eram noites mágicas!! Certa manhã, após acordar e perceber o seu desaparecimento Anne estava de pé ao lado da cama.
- "Milorde mandou o doutor vê-la." Reclamara com o marido que se sentia cansada e indisposta principalmente à tarde com o sol escaldante. Suspeitava que estava grávida. Já que suas regras cessaram.  O médico entrou com ar preocupado.
- "Sente dor?"
- "Não"
- "Desde quando se sente cansada?"
- "Ha uma semana mais ou menos"
- "Milorde acredita que tenha infectado a senhorita com sua doença, mas ninguém além de seu irmão e nós, os médicos, sabemos sobre isso. Nem mesmo Marcus, embora eu pense que ele desconfia. Vou lhe prescrever o mesmo que receitei ao milorde e não saia ao sol de maneira alguma, não coma alimentos pesados, mandarei a cozinheira preparar carne fresca mal passada para a senhora e procure não se exercitar muito até sua mutação começar. Depois, se sobreviver, poderá levar uma vida normal. Mas aviso que nenhuma das esposas anteriores sobreviveu após o quarto mês." 

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