18 novembro 2012

Parte IV



- "Ficamos com ela se vocês não se importarem" falou um deles.
- "Pagaremos em dobro" - completou o outro. Ronald esperto disse:
- "Ela vale bem mais que trinta moedas de ouro. Ela vai receber um dote enorme do pai não ouviram?"
- "Na verdade o dote dela não nos interessa. Nosso Lorde tem muito ouro e terras. E sim, pagamos cento e vinte moedas de ouro por uma Fitzgerald. É a linhagem dela que é importante. E os filhos que ela irá gerar". Ronald se animou com a quantidade de ouro.
Mesmo bebendo até morrer aquilo sustentaria o feudo por pelo menos quatro anos.
- "Feito!!" Gritou ele satisfeito apertando as mãos dos homens.
- "Mas só entrego ela quando me trouxerem todas as moedas." aquele porco me pagaria.
- "Temos aqui todas as moedas" jogando um saco para Ronald, mas ela catou o saco no ar, jogando-o para Nena.
- "Se estou sendo vendida para prover o feudo, quero que esse dinheiro sirva pra isso. Tia Nena, não quero, de nenhuma forma, esse dinheiro nas mãos desse bêbado. Contrate homens para ajudar na defesa e na colheita. Compre o necessário. Sei que se ele tentará lhe roubar. A senhora saberá o que fazer."
Brevemente ela se despediu da mãe e das irmãs ali presentes. Montou o cavalo e acenou partindo em seguida ao lado dos três homens.
- "A senhorita não irá pegar roupas?" perguntou um dos três. Ele era o mais simpático, baixo, de cabelos já brancos.
- "Eu sou um soldado, jamais vesti um vestido sequer em toda minha vida. Tenho uma troca de roupas nessa cela. Porque ia me banhar no mar quando deixasse meu posto. Portanto, não irei pegar nada." ele assentiu.
-"Que tanto mistério vocês fazem sobre seu Lorde para jamais mencionarem o nome dele?" perguntou.
Os três homens começaram a conversar em francês e a discussão eram se deviam ou não contar. Então ela num francês perfeito respondeu que gostaria muito de saber.
- "Conhece francês????"
- "Sim. E latim, russo, espanhol e alemão."
- "E posso perguntar como aprendeu?"
- "Vivemos a beira mar. Diversos barcos aportam em nossas docas trazendo viajantes de todo o mundo. É questão de sobrevivência saber diversas línguas. Mas somente eu escrevo e leio essas línguas, minhas irmãs só falam."  O homem olhou pra ela como se entendesse.
- "Como aprendeu a ler se ninguém mais sabe no seu feudo?
- “Bem todas nós estudamos o suficiente para ler e escrever em inglês, porém eu era curiosa, pedia livros para os viajantes e ficava perguntando como se lia aquilo, aos poucos eu aprendi a ler e escrever em várias línguas. Quanto tempo vai demorar pra chegarmos?" O homem sorriu.
- "São três dias montados, cinco em mar e mais um até o castelo de milorde" Ela se espantou.
- "A propósito, eu sou Marcus, aquele do meio é Estevan e o outro é Sayid, melhor não irritar ele mais do que ele está, de onde ele vem mulheres não lutam e se fizerem metade do que você fez são apedrejadas até a morte."
- "Eu lutaria cada segundo antes de morrer com honra. Mas quem é o lorde misterioso com quem irei me casar?" meio receoso Marcus olhou pra ela.
- "É Eugéne D'Angrey, mais conhecido como lorde das trevas".
Blair ouvira as histórias sobre o lorde das trevas, diziam que era amaldiçoado, que bebia sangue e que matara quatro de cinco esposas, a última se suicidara antes de consumar a união. Olhou para os homens e perguntou a Marcus
- "Pra que deuses vocês oram lá?", ele riu e perguntou
- "Não está com medo?"
- "Porque eu estaria? Nunca temi nenhum ser vivo sobre a terra, ele não me assusta." E pela primeira vez Marcus admirou sua futura senhora. Fizera uma boa escolha.
- "Você poderá orar para o deus que desejar. Temos uma igreja do papa lá. Alguns oram a ele. Meu senhor não ora a nenhum deus. Ele lutou nas Santas Cruzadas e percebeu que aquela era uma guerra inútil. Vai encontrar diversos homens como Sayied por lá. Mohamed é um deles e estará no barco conosco. Eles oram a Alá. Tem pessoas que como a senhorita ainda professam a antiga fé. E ha alguns gregos entre nós que tem deuses diferentes, mas muito parecidos com os seus. Petros estará no barco é um deles" ela pensou em que bagunça seria várias pessoas juntas orando a diferentes deuses.
- "E você Marcus? Pra que Deus ora?"
Rindo ele respondeu - "Eu sou um papista e creio na verdade em Cristo".
Blair soltou entre um murmúrio e um rosnado. Ela não acreditava que os homens cultuavam um deus homem. Era demais pra cabeça dela. Ele ainda havia morrido. Os deuses que conhecia eram imortais. 
Passou três dias de pouca conversa sobre o cavalo. Quando chegaram ao mar viu que a embarcação era enorme. Eles levaram primeiro os cavalos, depois subiram a bordo. Pela primeira vez dormiria em um catre. Três dias sobre uma sela eram péssimos.
Se surpreendeu ao chegar no quarto e encontrar uma imensa cama. Tinha também uma tina com água quente para se lavar. Ela aproveitou tudo aquilo. Naquela noite, nem esperou o jantar. Deitou em sua cama e dormiu pesado.
Teve pesadelos com um marido meio homem meio demônio que se apossava dela. Acordou suada para  perceber o dia. Estava com ares de chuva e ela resolveu ficar no quarto. De nada serviria naquele grande barco. Os dias passados no mar foram todos assim. Ela mal saia.
Sentia falta das irmãs e da mãe. Quando saia, Marcus lhe fazia companhia e lhe emprestara alguns livros em árabe para ela ir tentando aprender o idioma. Acontece que as letras árabes eram diferentes e eles escreviam ao contrário dugicultando tudo. Quando aportaram novamente estava chovendo.
- "Sempre chove por aqui" - disse Marcus a ela. Ela não reclamou. Montou no cavalo e acompanhou os homens até o castelo. Quando chegaram não viu nem sinal do lorde, logo, porém uma legião de criados se preparava para a cerimônia de casamento que seria aquela noite. 

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