- "Ficamos com ela se vocês não se
importarem" falou um deles.
- "Pagaremos em dobro" - completou o
outro. Ronald esperto disse:
- "Ela vale bem mais que trinta moedas de
ouro. Ela vai receber um dote enorme do pai não ouviram?"
- "Na verdade o dote dela não nos interessa.
Nosso Lorde tem muito ouro e terras. E sim, pagamos cento e vinte moedas de
ouro por uma Fitzgerald. É a linhagem dela que é importante. E os filhos que
ela irá gerar". Ronald se animou com a quantidade de ouro.
Mesmo bebendo até morrer aquilo sustentaria o feudo
por pelo menos quatro anos.
- "Feito!!" Gritou ele satisfeito
apertando as mãos dos homens.
- "Mas só entrego ela quando me trouxerem
todas as moedas." aquele porco me pagaria.
- "Temos aqui todas as moedas" jogando um
saco para Ronald, mas ela catou o saco no ar, jogando-o para Nena.
- "Se estou sendo vendida para prover o feudo,
quero que esse dinheiro sirva pra isso. Tia Nena, não quero, de nenhuma forma,
esse dinheiro nas mãos desse bêbado. Contrate homens para ajudar na defesa e na
colheita. Compre o necessário. Sei que se ele tentará lhe roubar. A senhora
saberá o que fazer."
Brevemente ela se despediu da mãe e das irmãs ali
presentes. Montou o cavalo e acenou partindo em seguida ao lado dos três
homens.
- "A senhorita não irá pegar roupas?"
perguntou um dos três. Ele era o mais simpático, baixo, de cabelos já brancos.
- "Eu sou um soldado, jamais vesti um vestido
sequer em toda minha vida. Tenho uma troca de roupas nessa cela. Porque ia me
banhar no mar quando deixasse meu posto. Portanto, não irei pegar nada."
ele assentiu.
-"Que tanto mistério vocês fazem sobre seu
Lorde para jamais mencionarem o nome dele?" perguntou.
Os três homens começaram a conversar em francês e a
discussão eram se deviam ou não contar. Então ela num francês perfeito
respondeu que gostaria muito de saber.
- "Conhece francês????"
- "Sim. E latim, russo, espanhol e
alemão."
- "E posso perguntar como aprendeu?"
- "Vivemos a beira mar. Diversos barcos
aportam em nossas docas trazendo viajantes de todo o mundo. É questão de
sobrevivência saber diversas línguas. Mas somente eu escrevo e leio essas
línguas, minhas irmãs só falam." O homem olhou pra ela como se
entendesse.
- "Como aprendeu a ler se ninguém mais sabe no
seu feudo?
- “Bem todas nós estudamos o suficiente para ler e
escrever em inglês, porém eu era curiosa, pedia livros para os viajantes e
ficava perguntando como se lia aquilo, aos poucos eu aprendi a ler e escrever
em várias línguas. Quanto tempo vai demorar pra chegarmos?" O homem sorriu.
- "A propósito, eu sou Marcus, aquele do meio
é Estevan e o outro é Sayid, melhor não irritar ele mais do que ele está, de
onde ele vem mulheres não lutam e se fizerem metade do que você fez são
apedrejadas até a morte."
- "Eu lutaria cada segundo antes de morrer com
honra. Mas quem é o lorde misterioso com quem irei me casar?" meio receoso
Marcus olhou pra ela.
- "É Eugéne D'Angrey, mais conhecido como
lorde das trevas".
Blair ouvira as histórias sobre o lorde das trevas,
diziam que era amaldiçoado, que bebia sangue e que matara quatro de cinco
esposas, a última se suicidara antes de consumar a união. Olhou para os homens
e perguntou a Marcus
- "Pra que deuses vocês oram lá?", ele
riu e perguntou
- "Não está com medo?"
- "Porque eu estaria? Nunca temi nenhum ser
vivo sobre a terra, ele não me assusta." E pela primeira vez Marcus admirou
sua futura senhora. Fizera uma boa escolha.
- "Você poderá orar para o deus que desejar.
Temos uma igreja do papa lá. Alguns oram a ele. Meu senhor não ora a nenhum
deus. Ele lutou nas Santas Cruzadas e percebeu que aquela era uma guerra
inútil. Vai encontrar diversos homens como Sayied por lá. Mohamed é um deles e
estará no barco conosco. Eles oram a Alá. Tem pessoas que como a senhorita
ainda professam a antiga fé. E ha alguns gregos entre nós que tem deuses
diferentes, mas muito parecidos com os seus. Petros estará no barco é um
deles" ela pensou em que bagunça seria várias pessoas juntas orando a diferentes
deuses.
- "E você Marcus? Pra que Deus ora?"
Rindo ele respondeu - "Eu sou um papista e
creio na verdade em Cristo".
Blair soltou entre um murmúrio e um rosnado. Ela
não acreditava que os homens cultuavam um deus homem. Era demais pra cabeça
dela. Ele ainda havia morrido. Os deuses que conhecia eram imortais.
Passou três dias de pouca conversa sobre o cavalo.
Quando chegaram ao mar viu que a embarcação era enorme. Eles levaram primeiro
os cavalos, depois subiram a bordo. Pela primeira vez dormiria em um catre.
Três dias sobre uma sela eram péssimos.
Se surpreendeu ao chegar no quarto e encontrar uma
imensa cama. Tinha também uma tina com água quente para se lavar. Ela aproveitou
tudo aquilo. Naquela noite, nem esperou o jantar. Deitou em sua cama e dormiu
pesado.
Teve pesadelos com um marido meio homem meio
demônio que se apossava dela. Acordou suada para perceber o dia. Estava
com ares de chuva e ela resolveu ficar no quarto. De nada serviria naquele
grande barco. Os dias passados no mar foram todos assim. Ela mal saia.
Sentia falta das irmãs e da mãe. Quando saia,
Marcus lhe fazia companhia e lhe emprestara alguns livros em árabe para ela ir
tentando aprender o idioma. Acontece que as letras árabes eram diferentes e
eles escreviam ao contrário dugicultando tudo. Quando aportaram novamente
estava chovendo.
- "Sempre chove por aqui" - disse Marcus
a ela. Ela não reclamou. Montou no cavalo e acompanhou os homens até o castelo.
Quando chegaram não viu nem sinal do lorde, logo, porém uma legião de criados se
preparava para a cerimônia de casamento que seria aquela noite.
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