Enquanto
estávamos assim, conversando sobre as artes dela, ela abriu os olhos. Olhou
diretamente para os olhos de Alessandro e abriu o sorriso mais encantador que
se possa imaginar. O mesmo sorriso que ele usava quando queria seduzir alguém.
E pude observar o quão seduzido ele ficou por ela naquele instante.
-
Engraçado. Você tem os olhos iguais aos meus. Mamãe disse que esta cor de olhos
é bem difícil de outra pessoa ter. Por
que você tem os mesmos olhos que os meus?
-
Bem, talvez seja porque eu e você tenhamos mais coisas em comum. Veja eu tenho
covinhas e você também tem. Eu tenho o dedão torto e você também tem. Você sabe
quem eu sou Sophia?
-
Não...
-
Eu sou seu pai minha querida. E vim ver se posso te ajudar a melhorar.
-
Pai? Mas mamãe nunca falou de você antes. Onde você estava? – Foi um momento
constrangedor, onde se tinha vontade de sumir, mas não podia. Queria que o solo
se abrisse, me esconder da dor que eu sabia que ela sentia pela ausência do
pai, mas não era possível apagar isto.
-
Perdido. Estava perdido. Mas agora vim pra te ajudar a melhorar, você quer
minha ajuda?
-
Você veio trazer o remédio que eu preciso pra me curar? Mas onde ele está?
-
Aqui dentro de mim, vou tirar um pedacinho meu pra dar pra você. Quer?
-
E como você se chama? Onde você mora? Tem chocolate?
E
depois desta, a risada correu solta pelo quarto e os dois passaram horas
conversando, esperando o resultado do exame sair. Ficaram trocando informações
sobre o que cada um fazia. Sophia intercalava momentos de cochilos com o bate
papo, e nestes momentos de silêncio podia ver o quão estúpida fui por ter demorado em procurá-lo.
Com
presteza e agilidade ele resolveu coisas que há semanas eu estava protelando e
rapidamente, colocou ordem na casa.
Prestando
atenção vi porque tinha amado aquele homem a primeira vez que o vi, não era
porque ele era rico, bonito ou charmoso. Mas era porque ele tinha uma
capacidade de se entregar ao que fazia. De se doar quando era necessário, uma
paixão que cobria a alma de alegria.
Decidi
que naquele momento não ia pensar em meus sentimentos, eles ficariam ali
guardados no fundo do baú, depois pensaria em como resolver e lidar com o
problema da partida dele.
Com
o correr das horas, o resultado não saia, e eu ia ficando mais apreensiva e
nervosa. Agoniada com o futuro incerto.
-
Finalmente ela dormiu de vez. Agora vai descansar. E poderei sair pra ir atrás
do médico e ver o resultado do exame, estou agoniado com isto.
-
Alessandro, obrigada por tudo que está fazendo por mim. Não imaginava que tua
reação seria esta. De acabar tão perto dela. Sei que você está querendo ajudar.
Estou feliz com isto. Só espero poder lidar com a sua ausência no futuro, pois
a Sophia irá me encher de perguntas. Mas irei pensar nisto depois.
-
Linda, não fale assim. Estou processando todas as informações que obtive nestas
poucas horas – e não estou sabendo lidar com tudo isto.
Mas
sei de uma coisa, o resultado do exame de DNA confirmará o que meus olhos vêem
– ela é minha filha, lembra muito o que fui quando criança e isto poderá ser um
pequeno problema pra você. Pois você não irá mais me separar desta mocinha
linda. Ela me conquistou no primeiro sorriso e soube me manter preso a ela em
cada palavra.
-
É, ela é bem inteligente. Alguém que sabe andar com os próprios pés, cheia de
personalidade. Como disse a professora uma vez: “a líder da matilha”, capaz de
influenciar qualquer um pra fazer o que deseja.
-
Ela de fato me conquistou. Vou ver o médico e ver o que ele tem para nos dizer.
- Ao falar isto me deu um beijo no rosto e saiu. E este beijo reascendeu a
chama do desejo e da paixão, mas de novo, dei um jeito de enterrar tudo no
fundo do baú. Iria pensar nisto depois, quando o momento fosse oportuno.
O
resultado do exame foi compatível, ele poderia doar a medula para Sophia. O que
me deixou feliz e entramos na nova fase do tratamento, a intervenção médica
para a doação da medula.
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