Pato Donald... nãããooooo

(Este conto é de uma colaboradora nossa que se diverte falando de coisas complicadas... eu adorei, espero que vocês tb gostem! Bjs)

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Acordei no meio da madrugada com uma sensação estranha, parecia que tinha experimentado uma viagem fora do corpo.

Maluquice! Isto só acontece comigo!

A droga do sonho não saia da minha cabeça, e o pior, eu não conseguia me lembrar dele.

Fiquei girando na cama até o dia começar a clarear, corri pra sala, aninhei no sofá e coloquei no canal infantil na vã esperança de esquecer o sonho que restará apenas uma sensação estranha.

Começa o desenho do Mickey Mouse e a fissura pelo maldito sonho aumenta.  Não consigo entender coisa nenhuma, o desenho, que era pra me relaxar, estava me deixando tensa!

E o Pato Donald entra em cena, todo branquinho, de bico amarelo e blusão azul. E de repente percebo que ele não usa calça.

Engasguei geral, comecei a tossir sem parar...

Não é possível! Não acredito!!!

Eu tive um sonho erótico com o Pato Donald.

Sonhei que estávamos no campo, o sol brilhava, a relva verde e eu de quatro debaixo do Pato Donald.

Que absurdo!!!! Como assim? Ele foi o símbolo da minha infância.

Entro em agonia profunda, o resto do dia se tornou um inferno.

Para tudo que olhava, tudo que ouvia, lá estava o maldito pato!

Melhor seria não ter lembrado o maldito sonho. Sonho não, pesadelo!

Passei um dia de cão, tentando não pensar no sonho, no fim do dia resolvi sair com as amigas para um chopp.

Foi quando conheci o João. Cara branquinho, olhos azuis, camisa azul, super lindo. Um cara bem interessante. No meio do chopp rolou a proposta de sairmos para um local mais reservado.

Topei no ato, afinal eu estava sozinha já havia um tempo, precisava de alguém pra me relaxar.

Quando chegamos no motel, entre beijos e abraços, ele tira a calça e estava de cueca amarela!!!

Como assim? Branco de camisa azul e cueca amarela?

Nãããããããããããããoooooooooooooooooooooo! Eu... saí... com o Pato Donald na vida real!!!! Nãããããããããoooo! Pirei geral!

Desesperada sai correndo pelo quarto, reclamando, resmungando e dizendo que eu precisava ir embora.

Tive que sair de lá. Deixei o cara parado no meio do quarto, assim de camisa azul e cueca amarela, sem entender nada.

Corri pela saída do motel, corri pela rua que me levava pra longe dele. Corri tanto que cheguei em casa a pé.

Sem fôlego, mal conseguindo respirar, tentei falar algo e vi que minha voz estava como a do Pato Donald.

Precisei de uma garrafa de vinho inteira para relaxar. Mas finalmente consegui dormir.

Dias depois acordei me sentindo estranha, o pesadelo logo voltou a mente e eu pensei: Nada de desenho animado!

Banho tomado, fui pro trampo, parei em uma padaria para tomar o café da manhã, tudo que eu não queria era recortar o maldito pesadelo.

No fim do dia resolvo ir ao cinema – filme de massacre, pancadaria geral – e conheci um cara.

Negro lindo, alto, de bermuda jeans e camiseta do flamengo.

Para tudo! Peraí!

Preto, vermelho e branco e um ser negro: PUTZ! Eu tive um sonho erótico com o Mickey!

Depois disto eu não consigo pegar mais ninguém, todos os caras são o Pato Donald ou o Mickey Mouse. O que posso fazer? Transei com a Disney...

Dessa vez ferrou, acabei na análise e tenho que fazer de conta que o analista não está rindo da minha cara. É acho que daqui vou pro hospício, isto não é normal...

Meus ídolos me f... legal.