22 setembro 2012

Sobre os pés a vida vai e vem


Sabe aquela fase depressiva, onde você se sente mal amada? Onde nada parece que tem vida? Pois é... passei por isto. E quem não passa?

Só que o sol começou a brilhar pra mim o dia que fui de rasteirinha na aula. Lembro perfeitamente deste dia. Quente, ensolarado, 40º graus, alto verão. Abri o guarda roupa sem pensar e peguei um saião, uma camiseta básica e calcei uma rasteirinha básica, deixando os dedos de fora.

Na aula sentei no meu cantinho, longe dos olhares, das conversas, tentando tirar a cabeça das minhas feridas e concentrar na aula, de repente, escuto:

“Este lugar está ocupado? Posso me sentar ao seu lado?” - Para minha surpresa era o gatinho da turma querendo um canto (ao meu lado!!!) pra se sentar. Logo, ele puxa assunto e começa a conversar e a dizer coisas meio sem sentido e ao mesmo tempo com cheio de duplo sentidos.

Nossa que alegria! Ficava só pensando q estava vestida de qualquer jeito, com pouca maquiagem e de sapato aberto. Concentrei na conversa e assim o tempo passou rápido.

No final da aula, ele se despediu com um beijo no rosto e disse que a aula passou rápida demais, não houve nem como ele aproveitar a maravilha que é o meu pé.

Ao entrar no carro, não resisto e ofereço carona a ele. Cruzo a cidade somente pra levá-lo em casa e ficar conversando um pouco mais com ele. Durante o trajeto, pergunto o porquê dele ter gostado tanto do meu pé.

“Hummm. Ele é na medida exata, tem uma aparência de macio, é bem cuidado, e os dedos são perfeitos. Com uma inclinação perfeita do dedão para o dedinho. Sério. Sou fissurado em pé e o teu é o máximo. Fiquei olhando pra ele pensando em duzentas mil coisas pra fazer com ele”.

“Tanta coisa pra você notar em mim e observa justamente o pé! Inacreditável”.

“Ah, mas eu já tinha notado teu sorriso, teus olhos azuis que brilham constantemente. Tua boca macia, teus jeito de andar. O pé foi a gota d’água. Tanta perfeição me atraiu”.

Fico nervosa e só penso em não bater o carro depois do fogo que as palavras dele colocaram em meu corpo. Parecia que cada letra era um toque na pele.

“Vamos jantar? Você sobe ao meu apartamento, peço uma salada simples pra gente e conversamos um pouco mais, aceita?”

Quase grito dentro do carro: óbvio que sim!!!! Mas me controlo e super calmamente aceito o convite.

Daquela noite não lembro como era a comida ou o vinho ou mesmo o apê, sério não lembro mesmo.

Mas recordo muito bem que começamos pelo meu pé, sentados no sofá e terminamos na cama... Eu não imaginava como pode ser prazeroso um carinho no pé!!!!

Agora a pedido dele, sempre uso rasteirinha, sempre cuido do pé e sempre estamos juntos, rindo brincando e namorando.

Outro dia postei fotos no facebook do meu pé e ele entrou só pra falar: sou maluco por este pé... posso usar?

Obvio que sim! Porque carinho no pé é muito bom!

Um comentário:

  1. eu ainda nao consigo entender essa tara dos homens. Acho pé uma coisa tao sem graça. Gostaria que algum deles me explicasse esse fetiche. Amei o texto, Dominatrix haha

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