O Poema
Isso
tudo me deixou extremamente nervosa. Presa em um hábito antigo, peguei
um caderno de anotações, uma caneta e comecei a rabiscar algumas
linhas. Era isso que fazia nos momentos de tensão e foi daí que
criei as minhas mais lindas canções, num passado que queria
esquecer. Nunca racionalizei muito, sempre escrevi o que a alma
sussurrava, mas as idéias não fluíam, as palavras pareciam se
esconder. Escrevia, rabiscava. Pensava. As palavras faltavam. Liguei
o radio, estava tocando uma canção melancólica. Ao prestar atenção
na letra, não consegui conter as lagrimas e chorei... Os primeiros
versos começaram a surgir, minha mão estava trêmula:
Na noite
fria minha alma chorou
Desprezo
sentiu
Quem sou
afinal?
Chove lá
fora
E aqui
dentro chove solidão em mim
Peguei
meu violão, cantarolei canções antigas, queria que o tempo
passasse depressa, mas ele insistia em se arrastar, torturando-me.
Pensei em desistir uma ou duas vezes de ir ao encontro. Tive medo,
curiosidade, pavor e varias sensações que se misturavam e me
confundiam. Mas uma vez que já tinha decidido que iria, não podia
voltar atrás.
A Roupa
Parecia meu primeiro encontro, não sabia o que vestir naquela
ocasião. Com os meus 23 anos, havia tempos que não sentia essa
‘coisa’ tão adolescente. Minhas mãos suavam e eu podia sentir o
coração super acelerado.
Corri para o banheiro, liguei a torneira e enquanto a água caia
dentro da banheira observava meu rosto no espelho. Seja lá quem
fosse o meu admirador secreto eu queria estar bonita, mesmo se fosse
um psicopata louco e me matasse, gostaria de sair bonita nas
manchetes dos principais jornais. A água quase transbordou enquanto
me perdia em pensamentos. Encostei a cabeça confortavelmente na
parede com o corpo imerso na água e me permiti relaxar um pouco,
visto que nada adiantaria tanto desespero.
Vesti quase todas as roupas do guarda-roupa e parecia que nada
combinava naquela ocasião. Fiquei com raiva de mim por não ter nada
adequado para usar e novamente pensei em desistir do encontro. Foi
quando o interfone tocou. O porteiro disse que um entregador havia
deixado uma encomenda, na recepção. O embrulho era lindo, numa
caixa graciosa e bem trabalhada com um bilhete com o meu nome. Não
havia assinaturas, assim como os outros bilhetes totalmente anônimos.
Abri cuidadosamente, com certo receio e meus olhos vislumbraram um
lindo vestido preto de cetim, com um laço na parte lateral que o
deixava único e moderno. Seja lá quem o tivesse comprado parecia
adivinhar o que eu queria vestir naquela noite. O vestido era
perfeito, encaixou em meu corpo como uma luva, apertadinho do busto
até a cintura, ficando mais largo nos quadris. Deixava-me totalmente
sensual.
Se você perdeu a primeira parte da história:
Esta Ana vai me matar de ansiedade... doída pra saber a continuação... Vamos, vamos Jessica, prepare a continuação da história. hehehehehe!
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