18 novembro 2012

Guerreiras - Parte I


A linhagem da família era um tanto quanto suspeita. A maioria das pessoas diziam que éramos amaldiçoados. Tolos ignorantes. Só porque há mais de 50 anos não nascia homens na família, não significava que éramos amaldiçoados, na verdade ela pensava o contrário. Fora abençoada. Ela e as dezenove irmãs lutavam para defender suas terras. Eram guerreiras. 
Infelizmente por causa dos boatos as mulheres infelizmente eram obrigadas por vezes a dividir o mesmo homem. Ao ver a mãe e as tias se debatendo pelo marido ela prometera a si mesma que jamais dividiria seu homem com ninguém. Era a única filha de sua mãe. Chamava as primas de irmãs mais por consideração  porque não era filha daquele porco imundo. 
A mãe dizia que era de linhagem nobre. Que o homem com quem se deitara era um duque. Um primo do rei de toda a Grã-Bretanha. Ela não se importava de onde tinha vindo. A mãe era mais bonita que as irmãs. Todas eram morenas, magras e com um tipo de nariz que fazia lembrar o bico de um corvo. A mãe tinha cabelos negros, olhos verdes e um nariz pequeno. 
As tias logo estavam em cima do marido da mãe. Ronald. Ele era um porco! 
Como ela era a única ali que não era sua filha, quando ela completara 13 anos ele tentara violar sua virtude. Mostrara a ele do que era capaz. Dera a ele uma lembrança eterna. Uma cicatriz que o deixara cego, que ia do queixo ate a testa. 
Parou um segundo de divagar sobre a vida para prestar atenção a um som. Cavalos!! Deveria avisar as outras ou esperar? Talvez fossem apenas viajantes. Esperou que se aproximassem. Apenas três de nós daria conta disso. 
Eles se aproximaram. Falavam outra língua. Sorte a dela ter se dedicado aos estudos ao invés de apenas as táticas de batalha. Apurou seus ouvidos atenta. Quando eles se aproximaram pode definir o francês. Mas não os deixaria perceber que conhecia a língua. 
Quando se aproximaram ela disse: "Auto lá!!!! Quem invade as minhas terras?"
- "É de conhecimento de nosso lorde que essas terras pertencem à Ronald - o destemido." Blair cuspiu no chão. 
- "Aquele porco imundo não para nem em pé! Tudo o que ele faz é contabilizar nossos ganhos e ficar com o dinheiro. Quem luta nossas batalhas somos nós". Imediatamente risos tão altos se fizeram ouvir entre todos que estavam por perto, chamando a atenção das irmãs para o que estava havendo.
Em seguida Janele e Tessa estavam ao seu lado numa formação de batalha. Por trás dos homens estavam Grenda e Fayr. Rindo os homens estavam, rindo eles continuaram. Eles só tiveram um segundo até que percebessem que seriam atacados, por mulheres!! Depois de serem rendidos, o mais alto gritou:
- "Não nos matem, viemos em paz, queremos apenas acertar um acordo com Ronald".
Aquele era um lugar desejado por muitos lordes e nobres. Não estavam na época da colheita para que parte dela fosse vendida. Ele não poderia vender mais nem uma cabeça de gado, já que no ano anterior a maior parte do gado morrera doente. O que sobrou mal dava pra provir o povoado de leite. Então que negócios teriam a tratar com Ronald senão terras?
- "Diga ao seu lorde que nossas terras não estão a venda. E que se porventura vocês insistirem nisso lutaremos até a morte para resistir!" 
- "Nós não queremos suas terras. Meu lorde tem terras que dariam quatro vezes o número de seu povoado inteiro." Tessa olhou para Grenda desalentada. Havia algo errado e muito errado!
Ela gostava das irmãs entre elas não havia diferença. Elas treinavam juntas. Elas tinham o mesmo propósito: defender a família. Janele se aproximou e sussurrou algo nos ouvidos de Grenda, mas seus olhos estavam marejados.
- "O que por todos os deuses está acontecendo?!" Janele foi quem respondeu:
-  "Eu pensei que ele não faria, mas ele fez!! Ele vendeu uma de nós" Ela estava estarrecida! Uma de suas irmãs vendida? 

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