09 dezembro 2012

Encontro Inesperado - Capítulo X



- Porque eu sabia que a tua atitude seria exatamente a que você está tendo. Achar que era um golpe pra ficar com seu dinheiro e depois que você iria querer tirá-la de mim. Eu sou doída por esta menina, não sei viver sem ela. Por favor, vá fazer o exame. Eu te prometo que irei sumir da sua vida após tudo isto passar.

Senti sendo puxada pros seus braços, suas mãos em meus cabelos. Ouvia sua respiração entrando nos eixos, sua pulsação se acalmando e me levando a acalmar com ele. Podia notar que ele pensava, pensava febrilmente em tudo que eu tinha lhe contado. E podia sentir que uma ideia, um plano estava nascendo.

- Uma coisa por vez, ok? Primeiro farei o exame. Vou desmarcar meus compromissos, fechar a agenda e focar nisto. Se o resultado for positivo, faço a doação da medula. Se couber a mim esta ajuda, não vou negar, farei isto por ela.

Agora, quanto ao que virá depois... não sei. Não quero me comprometer falando pra você sumir, ou dizendo que eu irei assumi-la. Apenas vamos dar um passo por vez. Combinado?

- Sim, mas quando você poderá fazer o exame?

- Agora. Vou fechar a agenda e me focar nisto.

E para minha surpresa – sim, eu estava surpresa com a atitude dele, não esperava por isto – ele cumpriu o prometido.

Cancelou todos os compromissos que tinha naquele dia e foi comigo para o hospital. No trajeto, aproveitou pra perguntar coisas como primeiras palavras, onde estudava, comida preferida, data de nascimento – e para nossa surpresa, ela era do mesmo dia e mês que ele. Quantas coincidências... será que aquela menininha não tinha nada meu?

- Bem, ela é doida por chocolate, e mesmo se chamando Sophia tem o apelido de cacau. A primeira vez que comeu, foi fuxicando dentro do armário da cozinha, tirando cada coisa do seu lugar, quando viu um pacote de língua de gato, conseguiu abrir e comer e se lambuzar. Se sujou tanto que precisei dar um banho nela. Mas antes bati uma foto pra mostrar para a posteridade. Quer ver?

Abri o álbum de fotos do meu celular. Comecei a passar uma a uma. E lá estavam as histórias de uma vidinha inteira ao lado de minha Sophia.

Achei que ele não estava prestando atenção e deixei a mente divagar numa foto tirada há uns 6 meses atrás, no parque da cidade, ela correndo atrás dos pombos. Aquele dia tinha sido especial.

- O que você está pensando? Não quer compartilhar comigo? Odeio quando fazem isto.

- Bem, deve ser porque você faz isto, não? Adora reter pra si toda e qualquer informação.

- Sim, mas isto faz parte da minha necessidade de me proteger no dia a dia profissional.

- É? Engraçado tem um ser que adora fazer o mesmo. Esconde todas as traquinagens que faz.

- Sério? Ela é tão parecida comigo assim? Mas, espere. Olha quem fala. Cinco anos pra me contar uma novidade destas... isto sim que é reter informação.

- Não é. É preservação.

Assim, continuamos o percurso até o hospital. Ao chegar, encontrei minha mãe em cólicas querendo saber onde eu estava e minha irmã que tinha saído pra pegar sorvete pra Sophia, a deixado com a enfermeira.

Mas nem parei pra conversar com elas. Fui imediatamente atrás do médico. Fiz as apresentações e deixei Alessandro às voltas com o exame de sangue.

Fui ver minha Sophia que dormia feito um anjinho e que nem notou quando ao seu lado deitei.

Assim, que comecei a refletir sobre tudo que tinha acontecido naquele dia, minha família entrou  querendo respostas e mais respostas. Mas a melhor tirada foi da minha mãe. 

- Você vai pra cama com o único cara que valeria a pena investir, engravida e não conta pra ninguém? Acho que te fiz com um parafuso a menos. – Mas antes que pudesse responder, Alessandro entrou no quarto e fez com que o silêncio reinasse no espaço, não tinha como responder a minha mãe com ele ali. 

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