(Ps: Como estive fora - tinha que comemorar o natal em família, não? - resolvi publicar 2 capítulos hoje, espero que curtem. Bjs)
-
Linda, vamos nos trocar? Está na hora filha. Os convidados chegaram, a casa
está pronta e até Sophia já está vestida, correndo solta pelos jardins, daqui a
pouco vai se sujar e entrar toda descabelada na cerimônia.
Minha
mãe não tinha percebido que eu estava novamente no modo automático. Desde a
noite que Alessandro propôs o casamento tanta coisa aconteceu entre nós.
Fazia exatos 45 dias.
-
Ok, ok, ok! Não estou em nenhum mundinho particular! Apenas estou pensando em
como fugir desta loucura em que me meti.
-
Ah, mas não vai mesmo. Ajoelhou tem que rezar, minha querida irmã! E aproveite
que o noivo é bem desejável e faça bom
proveito deste casamento, antes que outra faça no seu lugar.
-
Ana! Você não vale nada! Não sei porque fui te contar do nosso acordo nos
mínimos detalhes.
-
Porque você sabia que eu ia colocar um pouco de juízo em sua caixola. Ou, ao
menos eu tento, né?
Me
vesti e conclui a arrumação para o casamento. Sai do quarto uma pilha de
nervos, via que todos me esperavam, e alisava freneticamente a saia do vestido.
Por sinal um vestido lindo, rendado, reto, com mangas japonesas, que se abria
ao final, ligeiramente para que pudesse me movimentar.
Usava
na cabeça uma tiara de pedras azuis, um presente que minha mãe tinha ganhado de
minha avó e combinava perfeitamente com meu vestido. Rindo, pensava que ter
perdido os 10 quilos extras serviram pra uma coisa: entrar neste modelo slim
que tinha comprado pronto.
Quando
cheguei na ponta do tapete vermelho que me levava ao altar, vi Alessandro todo
garboso dentro de um fraque azul e Sophia correndo solta em minha direção
também de azul – eu tinha escolhido esta cor pra realçar a pele e os cabelos
dela.
A
música começou a tocar, os convidados se levantaram, os flashes das câmeras
disparavam e eu não sei como cheguei ao fim do tapete, pois meus olhos estavam
focados nele, somente nele. E sentia ele me olhando. Olhar de admiração e...
desejo.
Quando
finalmente parei ao lado dele, mal conseguia ouvir o que o celebrante falava,
me permiti, naquele momento me perder dentro dos olhos dele.
E
quando os votos foram feitos, eu sabia, que estaria pra sempre ligada aquele
homem e que cada palavra por mim dita representava a verdade para meu coração.
Permiti
que ele me conduzisse com a mão em minha cintura e me apresentasse a todos os
presentes. Amigos e familiares, poucos convidados, uma união discretíssima, como eu pedi e ele concordou de pronto.
Como
eu esperava, a minha relação com a mãe dele não melhorará um centímetro e
talvez levasse décadas pra isto acontecer, mas ela já se permitia sorrir para
Sophia e dar um pouco de atenção a ela. E isto me bastava no momento.
Fui
arrastada por Alessandro pra a pista de dança e valsamos sob os olhares
curiosos de todos os presentes.
-
Você está uma indecência de tão linda, sabia?
-
Que sorriso maroto é esse e que elogio mais sacana é este?
-
Pena que eu prometi ser fiel a você, inclusive com você. Maldito acordo, mas
hoje devo admitir, você está deliciosamente deliciosa. Minha mente não cansa de
pensar no que eu poderia fazer se tirasse seu vestido e te deixasse somente com
os brincos que te dei.
-
Você notou? – rapidamente mudei o rumo da conversa, pois sabia que era bem
capaz de ir pra cama com ele, se continuasse ouvindo essas coisas e tomando champgne.
-
sim, notei que você ainda tem os brincos que te dei quando nos conhecemos e
isto me faz muito feliz. Sinal de que marquei você.
-
Profundamente! Não sabia? Alguém que tem 5 anos e está doída pra dançar com o
pai foi a maior marca que você me deixou.
Falando
isto me afastei dele com um sorriso nos lábios, interrompi a valsa, pois sabia
que um minuto há mais iria dar confusão entre nós dois. Ele pegou Sophia no
colo e com ela dançou um pouco mais. Todo atencioso, como se ela fosse a única
dama daquela festa. Ela ria a cada rodopio. Era prazeroso vê-los juntos.
Aproveite
o momento pra fugir de todos, especialmente dele. Não queria ter que ouvi-lo me
seduzindo. Não seria forte o suficiente pra mantê-lo a distancia novamente.
-
Linda, você está sendo uma boba com este acordo maluco, ouviu?
-
Por que Ana, por que você me tortura?
-
Porque é só ver ele te olhando. É com paixão, mas é também com adoração e
admiração.
-
Mas ele não me ama! O que você quer que eu faça?
-
Que deixe de ser cega como ele está sendo. Veja, ele está fazendo de tudo pra
manter você ao lado dele. E hoje quando você estava se arrumando, ele parecia
um leão enjaulado pela casa, visivelmente contrariado porque não estava com você
ao lado dele. Ele
é tão tolo quanto você. Pois ele também te ama. E tanto você quanto ele, não
saberão viver sozinhos, longe um do outro novamente.
-
ok, Ana. Ok. Vou pensar no que você está me falando, ok?
Aproveitei
a passagem do garçom com champgne e fugi de minha irmã e de seus conselhos.
Aquela não era a hora ou o momento ideal para eles. E eu queria curtir a ideia
de que havia acabado de me casar com o homem que eu tanto amava. Me sentia meio
em êxtase neste momento.
Capitulo
XVII
A
festa de casamento correu solta, como não íamos viajar agora, pois não podíamos
deixar Sophia sozinha e não tínhamos um motivo pra uma lua de mel, assim,
decidi fugir da minha festa de casamento para o quarto.
Pedi
a Ana que me ajudasse a tirar o vestido de noiva, que mandasse embora os
últimos convidados e colocasse Sophia na cama. Eu precisava descansar.
Mas
surpresas me aguardavam naquela madrugada.
Fui
pro banho, sentei na hidromassagem e me permiti relaxar. Enquanto estava
assim, quase cochilando, senti as mãos e o cheiro de Alessandro em meus ombros.
-
Posso descansar um pouco aqui com você?
-
Abusado. Você prometeu se comportar, esqueceu?
-
Prometi me comportar com as outras, não com minha mulher... posso? E novamente
fez carinho na minha nuca... o que me derreteu. Há anos sentia falta daquele
toque e se era pra ir pro inferno, iria em grande estilo....
-
Vai entra... tome um banho aqui comigo e relaxe. Ao menos para mim o dia foi
exaustivo.
Vi
toda sua masculinidade desfilar a minha frente e sentar de frente pra mim
dentro da banheira com água morna. Aquilo foi o que bastou pra soltar o resto
de força que eu tinha pra resistir a ele.
Desta
vez quem tomou a iniciativa fui eu. Quando o vi nu, diante de mim dentro da
banheira, o calor do desejo nasceu em mim e rapidamente mudei de posição para
beijá-lo ousada e sensualmente.
-
Linda, você tem certeza, você...
-
O que eu tenho certeza é que neste momento eu te quero, o resto, bem o resto eu
acerto amanhã.
Com
isto o beijei deliciosamente, colei meu corpo ao dele e permiti saciar todo o
desejo que vinha sentindo por ele há anos.
A
pele, o cheiro, o toque dele tudo era ao mesmo tempo novo e sedutor demais pra
mim, me entreguei a ele sem reservas e nos amamos até o dia clarear.
Acabei
dormindo em seus braços, nua, cansada e saciada. Quando acordei, foi ele que me
chamava com carinho e com beijos. Queria atenção, queria namorar novamente,
queria o fogo da paixão entre nós.
E
assim os dias foram se passando. O corre-corre da vida se fazia presente no dia
a dia, e as noites eram reservadas para nos amarmos profundamente.
Era
o momento mágico em que entrava em cena o homem doce, carinhoso e companheiro
que trazia o céu estrelado pra junto de mim.
Até mesmo a criadagem não estranhou quando ele
ordenou que suas coisas fossem levadas de volta pra o quarto que agora
dividíamos. Parecia que nada podia atrapalhar nosso conto de fadas.
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