Tem coisas que
mesmo que você vivencie não vai acreditar nunca que é possível de acontecer.
Pois é, outro dia passei por uma situação meio saia justa. Não justa feita de nylon, mas saia justa feita de “fitacrepeempacotadoradedefunto,”
tipo, muiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiito
justa.
E isto me levou
a pensar quantas coisas assim já me ocorreu. São tantas e inúmeras que compensa
contar.
No fim do dia,
sexta-feira, havia chovido tanto que pensei que a Paulista seria inundada, nada
melhor pra encerrar a semana do que um happy
hour com os amigos do trabalho, especialmente se aquela foi uma semana
cansativa, com o chefe bufando na orelha.
Tem um
inferninho lá na Augusta que a cerveja é barata e os petiscos são bons. Um dos
locais preferidos da galerinha do mal. Pelo menos era até a maluca perder a
classe.
Éramos sete:
eu, Aline, Paty, Alberto, Carla, Olivia e Alex. O grupinho de sempre, sempre
animado. Sempre disposto a ficar até o seu Manoel nos colocar pra fora querendo
limpar pra ir dormir.
O Alberto era
baixinho, barrigudinho, mas metido a gostosão, pegador do pedaço. Um sorriso
pra ele, e ele já dizia que estava pegando.
Já o Alex era
alto, loiro, forte, musculoso, metido à atleta, raramente passava do segundo
copo de chopp e sempre na dele. Como eu
já tinha dado uns pegas nele o que rolou foi pra mim a maior surpresa de todos.
Tipo, fiquei passada que nem uva passa, foi chocante.
Lá pelas nove
começou a tocar música eletrônica, numa pista de dança improvisada e a gente
soltou a franga. A libertação dos bichos
da semana.
Nesta noite a
Carlinha estava meio deprê, bebeu muiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiito. Muito acima
do normal. Lógico que antes de dar dez horas ela já estava à verdadeira franga
de encruzilhada: bêbada pra caramba e doida pra pegar o primeiro que desse mole
pra ela. E o eleito quem foi? Quem? Hein?
Sim, o fdp do
Alex. Quando começaram a tocar David
Guetta a mulher ficou maluca, parecia que estava com encosto, sei lá. Nem é bom
analisar.
Mas a verdade é
que ela começou a rebolar em cima dele. Esfregava inteira nele. O vestido azul,
decotado subia direto, uma ou duas vezes o vi puxando o vestido dela pra baixo.
Ela falava coisas como: te quero, preciso de você. E ele tentando ser o cara
legal. Pedindo pra ela se controlar.
Não tinha quem
segurava a pomba gira dela. Foi um ôh.
Peguei pelo
braço, arrastei pra mesa e comecei o sermão. A gente era frequentador assíduo,
de conhecer o proprietário. O que a vaca estava querendo? Uns tapas, só podia,
né? O seu Manoel já estava até meio constrangido. E eu, a pseudamelhoramiga?
Sim pseuda, porque isto não se faz nem com um ET, quanto mais com uma amiga.
Ela sabia que já tinha rolado um lance entre nós. Sabia que eu era meio afim
dele ainda. Mas tentei segurar a onda e ajuda-la a sair do enrosco.
Ela, loira,
corpo escultural, mulher avião, que deixava todos os caras babando, podia ter
qualquer um. Mas cismou com o único que nunca avançava o sinal. Depois que eu
fiquei com ele, não sabia de nenhuma outra.
Pra minha
agonia, o filho de uma égua sentou na cadeira ao lado dela. Queria ajudar a
resolver o problema. Bicho mais sem noção.
Consegue
imaginar? Pois é. Ela me matou com a faca de passar manteiga no pão de tanta
vergonha.
Falando coisas
como: quero ter você, vamos sair daqui, e daí pra baixo, ela não se conformava
com as negativas dele.
Quanto mais não
ele dizia, mais oferecida ela ficava. E continuava a encher a cara.
De repente, a
doida – sim, doida, possuída. Porque um ser normal não faz isto! - sobe na mesa
e começa a tirar a roupa. E eu lá, perdida. Não sabia se catava o vestido e os
sapatos dela ou se a fazia descer. O boteco inteiro veio abaixo, os homens
pedindo pra ela continuar. O dono do bar desesperado, sem saber se gostava ou
se mandava descer, com cara de abobado.
O restante da
turma olhando com cara de assustada, meio desconfiada, meio pronta pra
criticar, mas nem um pouco a fim de me ajudar a fazê-la descer.
Do nada, Alex
ficou em pé. Deu um berro, a música parou. Obrigou a ela descer e se vestir.
Muito bravo, querendo torcer o pescoço dela. A levou pra fora do bar, para no
meio da rua recomeçar a gritaria, baixaria pura.
Ela se
oferecendo e ele fugindo.
De repente, sem
papas na língua ele solta: “eu sou gay. Gosto de macho! Peito, bunda de mulher,
o que você tem, eu não gosto. Sacou? Para de palhaçada, você está agindo feito
uma piranha e você não tem nada que eu possa querer.”
Imagina minha
cara de surpresa. O bofe se assumindo, assim, pra geral. Sendo que muitos dos
presentes viram a gente se pegando. Engoli em seco, puxei a cachorra pelo braço
– na verdade pensei em puxar pelos cabelos, mas me contive – a coloquei dentro
do carro e voltei pro bar, fui pagar a conta.
Indignada,
entalada, ainda tive que ouvir o cara mais gostoso da empresa falando que só
ficou comigo porque queria saber como era transar com uma mulher.
Oi, como assim?
Fui o test drive?
Oi, entendi
direito?
A Carla
precisou de algumas semanas pra se recuperar, mas eu...
Não consegui
até hoje. Mesmo horas de conversa com o analista ajudaram. Levei um tempo
enorme pra voltar a sair, e agora, já parto pra pergunta: “tu é hetero? Bi? Ou
quer só saber como é transar com uma mulher?”
E ao final de
tudo quem acabou com a fama de pegadora, safada fui eu. Tudo porque sai com o
cara.
Até hoje não me
superei, mas um dia ainda chego lá... ou não?
Que loucura!!!! minha nossa....! kkkkkkkkk
ResponderExcluirEu tb achei bem criativo o texto!
ResponderExcluirBjs Carol!
Adorei esse texto, bem legal! beijos
ResponderExcluirEsse texto é de uma história real? hauahau... Isso não ficou bem claro, porque né... É uma história bem improvável.
ResponderExcluirEspero que você não tenha passado por isso, mas se passou, vale saber que é tão goxtosa que até o gay quis pegar. #aloka
Ótimo texto!
❥ http://umaquestaodeestilo.blogspot.com.br/
Uaaaaaaaaaaaaal! hahahaha... que texto, hein?! :D
ResponderExcluirBjs
corujaloira.com