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30 outubro 2012
SPFW Dia 1
Moda Consciente
27 outubro 2012
Anna e o Beijo Francês
O Mais Sexy de 2012!
26 outubro 2012
Lendas Urbanas- A Mulher de Branco
Cris e Liu discutiam no banheiro feminino de um bar...
"Eu sei que é dia das bruxas e eu sei que lá é um lugar que dá nos nervos, mas lá quer um lugar melhor pra comemorar esse dia?"
"Não é isso Cris, mas ta certo que voces alugaram la com a imobiliaria, mas não podemos ignorar que três assassinatos e um suicidio aconteceram lá né?"
"Quando? Há uns trezentos anos? Hahahahaha. Você não acresita mesmo em fantasmas não é?"
"Cris!!! Eu venho de um lugar que nos ensinam a respeitar os mortos. E devemos preservar seus santuários"
"Voce vem do mesmo lugar que eu!! Deixa de ser hipocrita vai! E assim. Tem milhares de histórias sobre aquela casa. Mas não vamos nos mudar pra lá. É só uma questão de lógica. Estamos dando uma festa. Alias eu vou comemorar meus 18 anos com estilo."
"Seu aniversario é daqui a cinco dias."
"Mas você ja viu alguém comemorar aniversario na data? Eu organizei essa festa pra ser mais que uma festa de halloween."
"Ok Cris. Você quem sabe."
Ninguém percebeu a senhora sentada numa cadeira num canto do banheiro. Ela se levantou e se dirigiu às garotas.
"Com licença senhoritas, desculpe, meu nome é Margarete e não pude deixar de ouvir parte da conversa, estão falando do casarão dos Flyn por acaso?"
Cris olhou para a mulher como se ela não existisse.
"Claro que estamos falando do casarão. Onde mais nessa cidade tem um casarão abandonado?"
A mulher olhou para as meninas com ar de pena.
"Então boa sorte com sua festa garotinha, aproveite bem o seus dezessete anos pois certamente não chegará aos dezoito."
Ela voltou a se sentar e Cristiane ignorou o comentario mas Liu se aproximou da mulher.
"Como a senhora sabe? Quer dizer, ouvimos que esses assassinatos ocorreram ha mais de 300 anos."
"Se voces sao tolas o suficiente para acreditar nisso... A cidade tem apenas 95 anos de fundação. Antes disso foi uma vila, e antes uma comunidade. Mas tem apenas 150 anos desde que a comunidade se formou e o barão Flyn trouxesse da capital material necessario para construir aquela mansão. Ela demorou quase vinte anos para ser concluida. E nisso ja havia a vila. O barão foi o primeiro a morrer naquela casa. Dois anos após tê-la concluido. Quem aproveitou a herança foi seu filho George Flyn. George se casou com Mariana Ambrose após a morte do pai. Eles tiveram uma filha chamada Sofia. E Mariana morreu de parto. E essa foi a segunda morte. Sofia tinha três anos quando o pai casou de novo com Eleonor Campos. Eleonor teve quatro filhos. Eles pegaram cólera. Eleonor e os quatro filhos morreram com a doença. Isso somou sete mortes. Bem as pessoas diziam que o número da tragédia é o sete, e que as mortes parariam por ali. Mas não foi o que houve naquela casa. George Flyn começou a beber após a morte de Eleanor. Virou um alcoolatra intratavel. Mandou Sofia a um colégio interno. Entao um belo dia caiu bebado da escadaria e quebrou o pescoço. Todos diziam que Sofia havia ficado psicologicamente afetada com tantas tragedias. Mas o casarão permaneceu fechado por anos até que ela saiu do colégio. Logo ela estava de volta. Havia um rapaz na cidade que se chamava André. André era o pior tipo de gente. Ele não trabalhava tinha maus habitos, fumava, bebia, era um mulherengo. Naquele tempo mulheres eram atraidas por caras como aquele. E Sofia era uma rica herdeira. Um adorável prato para um salafrario como André. Eles se casaram alguns meses depois de Sofia ter voltado. Ela encomendou seu vestido em Paris. Era a ultima moda. E ela realmente eatava linda..."
"A senhora fala como se estivesse presente no casamento."
"Ahh minha querida eu sou velha. É claro que eu estive presente!! Mas deixe me contar que Sofie teve dois filhos, gêmeos. E ela vivia uma vida aparentemente feliz. Mas todos sabiam que André estava gastando sua fortuna com jogo e mulheres. Tinha uma garçonete na lanchonete da cidade que estava sempre com ele. Um dia como ele não chegava em casa, Sofia deixou os gemeos dormindo e saiu a procura do marido. Quando não o encontrou, perguntou para as pessoas se o haviam visto. Então o encontrou atras da lanchonete com a garçonete. Ela voltou correndo pra casa. Entrou no quarto e vestiu o vestido de noiva. Esperou que o marido chegasse, matou ele com varias facadas usando uma faca de cozinha. Colocou os filhos na banheira e os matou afogados. Depois, assim como o avô havia feito anteriormente, ela se enforcou. Dizem que na mesma corda que o barão Samuel Flyn o fez. Foi um escândalo."
"Não dê ouvidos a ela Liu!! Olhe pra ela, esta querendo te assustar."
A velha olhou para Cris e disse:
"Menina tola. Acha que eu mentiria sobre algo assim! O que eu ganharia com isso? Todos que ignoraram os avisos e tentaram morar naquela casa ou morreram ou perderam alguem. Porque eu haveria de querer contar essa historia apenas pra assustar. Acham mesmo que aquela casa esta sem alugar porque?"
"Com certeza é porque ninguém paga os impostos ha anos e ninguem quer morar numa casa velha e cheia de gastos."
"Quem disse que os impostos nao foram pagos. Tenho certeza que os paguei esse ano."
"Hahaha agora Liu ela vai dizer que é dona do casarão."
"Cris para com isso. Deixa ela em paz."
"Ela mais parece uma mendinga Liu. O que ela eataria fazendo num banheiro público se ela fosse rica?"
"Deixa ela em paz Cris!! Já disse"
"Onde está ela?"
Cris e Liu olharam horrorizadas para a cadeira. A mulher havia desaparecido. Ela não poderia ter saído sem passar por elas e ela nao se encontrava em nenhum sanitario.
Em cima da cadeira havia um cruxifixo. Liu pegou-o e o colocou no pescoço.
Vestida de bruxa Cris riu da amiga
"Pra uma vampira voce esta bem debochada com esse cricifixo no pescoço."
"Ja perdi a graça da festa..."
"Esquece aquela velha vai. Vamos nos divertir."
Ambas pegaram o taxi e foram para o casarão. A festa corria solta com muita bebida e comida. Meia noite um grande relogio na casa soou doze badaladas. Enquanto as badaladas do relogio soavam as pessoas cantavam parabens em torno de um bolo para Cristiane. De repente um grito se ouviu do banheiro. Quando correram pra lá Marcos e Paulo, gêmeos amigos de Cristiane estavam na banheira afogados. Quando subiram a escada em um dos quartos Maura estava na cama, morta com uma hemorragia uterina como se tivesse morrido de parto. Em outro quarto, mais cinco amigos pareciam ter morrido de cólera. Subindo ao sótão. O namorado de Cristiane, Jaime estava dependurado em uma corda e ao lado dele tinha uma corda vazia. Desceram as escadas e aos pés dela o irmão de Cristine estava aos pés com o pescoço num angulo horrivel. Uma mulher vestida de branco apareceu na porta e todos se perguntaram quem ela era. Ela abriu a mão e dela caiu uma faca. Atrás da mulher estava o primo de Cristiane, esfaqueado. A mulher pegou Cristiane pelo braço e começou a subir as escadas enquanto gritava "Saiam da minha casa!! Todos vocês Saiam!! Mas por algum motivo ninguem conseguia sair. Liu no entanto saiu. Começou a seguir as duas escada acima. Ela colocou o crucifixo na mão e apertou a mão da melhor amiga com ele. Naquele momento tudo ficou escuro e ela caiu ao chão. Acordaram na manhã seguinte. Cristiane estava ao seu lado e a polícia estava no local.
"Treze mortos e vocês me dizem que foi uma mulher morta ha sei la quantos anos , quem fez isso? Quero o depoimento de um por um na delegacia e pela lista de convidados quero que me identifiquem quem estava vestido de mulher de branco."
Alguns dias depois...
Liu se encontrava no mesmo bar em que ela e Cris encontraram a senhora. Todos os dias ela ia la na esperança de ver aquela senhora. Mas nem sinal. Perguntara a varias pessoas e ninguem sabia de quem se tratava ate que Cris apareceu naquele dia e pediu pra ela ir ate a imobiliaria devolver as chaves da mansão com ela. Chegando la foi falar com o corretor.
"Eu realmente pensei que vocês não viriam ja que outra tragedia se abateu naquela casa. Mas a senhora Ambrose mandou demolir tudo e por fogo em moveis, roupas e tudo o que ali estiver."
"Senhora Ambrose?" - perguntou Liu curiosa.
"Sim a dona da mansão"
"Agora você vai dizer que a mulher do bar era a tal Ambrose." Falou uma Cris azeda. Liu pensou que a amiga tinha o direito de estar azeda, quase todos que ela gostava morreram naquela casa.
"Jacira Ambrose é uma senhora bem peculiar. Ela as vezes surpreende. Uma senhora daquela idade..."
Liu olhou horrorizada para o homem.
"Quantos anos tem a senhora ambrose?"
"Cento e três ela fez esse ano. Ela era tia de Sofia Flyn. Alguns dizem que ela tem um pouco mais. Cerca de cento e dez ja que naquela época nao se tinha registros exatos sobre nascimentos. Ela presenciou toda a tragedia dos Flyn. Seu filho é quem insiste na venda ou aluguel da mansão. Por ela tudo ja teria sido demolido ha vinte anos. Quando o ultimo inquilino morreu. Eles a chamam de velha bruxa, o filho e até os netos. Ela proibiu qualquer pessoa de pisar naquela casa. Mas o filho me disse que eu poderia alugar para voces. Que o valor cobriria um pouco os impostos. No dia da sua festa ele esteve aqui e tentou me fazer devolver o dinheiro e nao alugar a casa. Saiu e eu nem vi. Parecia que sumiu no ar. Entao no dia seguinte ela voltou e disse que tinha tentado sem sucesso avisa-los. Entao ela disse que os impostos estavam pagos e eu disse que nao. Mostrei pra ela os comprovantes. Ela xingou que o filho a roubara. E fez um cheque para os impostos e para a demolição e me pediu para devolver o dinheiro de vocês"
Entregando o cheque a uma muda Cristiane elas se levantaram e sairam. Na rua Liu notou que Cristiane estava muito quieta. Deizou-a na porta de casa.
Naquela noite cristiane armou uma corda, subiu num banco, pos a corda no peacoço e pulou. Dizem que quem olha para a janela do seu quarto a meia noite vê uma Cristiane toda vestida de branco com uma corda no pescoço....
23 outubro 2012
SPFW Outono/Inverno 2013
19 outubro 2012
Outubro Rosa
O corpo conduz, a mente domina....
Por mais que eu olhasse no espelho eu nada via. Nem mais um fio de cabelo branco, nem mais uma ruga. Tudo estava normal. Exceto a minha cisma de que algo estava diferente. Me dirigi para a cozinha e preparei um café. Odeio café instantaneo. Essa droga é pior que toda a porcaria da comida européia que eu tinha sido obrigada a engolir até agora. Isso me bateu uma saudade muito grande de minha avó. Resolvi que como estava amanhecendo, e ela sempre acordava muito cedo, a ligar pra ela. Peguei o telefone e eu falei com a telefonista, logo eu ouvi chamar. Uma, duas, incontaveis vezes e eu ansiosa me perguntando porque minha avó não atendia... Entao a voz da recepcionista novamente pra dizer que era pra eu tentar mais tarde. Droga. O que raios eu estava fazendo ali? Eu estava com saudades. Eu estava entediada com os maçantes dimingos londrinos, eu estava sentindo falta do calor brasileiro. E não aquele calor do Rio de Janeiro no verão, mas o calor humano. Aquela forma única de sorrir que o dono da padaria tinha, aquele calor que os brasileiros transmitiam porque apesar de toda a crise eles sabiam se apoiar e se amar. Cinco anos atrás eu abandonei tudo com a morte de meu avô. Passei a cuidar integralmente de minha avó. Ela preservou as fazendas. Disse que nao era hora de vender. Que nós não sabíamos o que esse novo presidente ia fazer. E que o avô não confiava absolutamente nele. Onde ja se viu eleições diretas e um cara novinho como aquele ser nomeado presidente. Eu concordei mas me perguntei como aquilo seria administrado. Meu avô arrecadou uma consideravel fortuna com as fazendas. Mas ele sempre administrou aquilo tudo sozinho. Eu não entendia nada de agricultura, muito menos de administração. E minha avó mal assinava o nome. Não sabia ler. Eu então tomei uma decisão drastica. Voltei pra faculdade e entrei no curso de administração. Na minha classe havia somente eu de mulher nesse curso. Não sei porque as pessoas insistiam em dizer que o mundo havia mudado, para mim ainda era o mundo de meu avô, aquele em que os homens dominavam e as mulheres obedeciam. Mas eu estava lá. Fazendo administração. Procurei o tutor do curso de agronomia e perguntei se poderia assistir alguma de suas aulas. Ele assentiu. Eu então procurei meu tutor de música e disse que queria continuar o curso durante a noite. Ele me disse pra esperar ate o proximo ano porque eu estava sobrecarregada de reaponsabilidades, como meu avô havia morrido no final de agosto, ele não ia me reprovar aquele ano desde que eu fizesse a prova final. E ele tinha certeza que eu passaria. No ano seguinte eu estava lá, louca e dividida entre três cursos. Mas naquele ano muita coisa mudou. O presidente Fernando Collor de Melo incitou uma revolução dentro das universidades. Os estudantes estavam mais preocupados em serem revolucionarios do que em concluir sua graduação. Mas nesse palco ela conheceu Mateus. Ele era a personificação da perfeição. Estava no ultimo ano de agronomia e era um deus disfarçado de homem ela tinha certeza. Nunca antes havia realmente se olhado no espelho antes. Só pra arrumar os cabelos e escovar os dentes, ver se havia alguma imperfeição em sua pele. Era uma garota de 22 anos que nunca havia sido beijada. Ela só tivera real contato com um homem em sua vida, seu avô. Percebeu o quanto sua vida era estranha. Se contasse aquilo a alguem provavelmente ririam dela. Mas as coisas estavam ocorrendo tão rápido naquele ano. Enquanto o Mateus se dividia entre ela, os estudos e as revoltas, ela abandonou a agronomia e a administração se dedicando inteira e intensamente a música. Então eu me vi casando com Mateus, e ele passou a tomar conta de tudo. E eu me olhei no espelho. Devia ter puxado a minha mãe. Eu tinha grande olhos azuis e uma boca pequena e vermelha. Eu tinha cabelos negros e um corpo perfeito, então por que eu estava tão preocupada com a noite de núpcias? E foi hilário!! Quando eu vi o Mateus nu, com aquilo apontando pro meu lado eu quase tive uma síncope!!! Eu saí correndo e gritando pelo quarto como se aquilo fosse me salvar. O Mateus perdeu a paciencia. Ele não teve consideração se eu era virgem ou não, acho que ele realmente não se importou. Eu estava agora na cama, nua e ele me lambia feita um gato e tudo que eu pude sentir era nojo. Eu tomei aversão ao ato sexual. Não rara as vezes que eu estava indisposta ou com dores de cabeça. Mas enquanto se dava a transição de governos com o impeachment do presidente mais absorta em música eu estava. Meu casamento se deteriorava. Eu ja nao comparecia aos meus deveres de esposa e meu marido passava mais tempo na fazenda que em casa. Naquele ano eu fui convidada a tocar em Berlim. Não pensei no que isso resultaria apenas tirei meu passaporte, visto e parti. Quando eu voltei eu vi com quem eu meu casei. Mateus estava furioso. Eu nunca o havia visto daquela forma. Ele quebrou meu violino e me bateu ainda lembro das palavras dele "mulher minha não sai por aí tocando feito uma rameira. E minha avó me aconselhou, disse que meu avô também não gostaria do que eu estava vivendo e nos dois anos seguintes eu não vivi. Apenas existi. Mateus não cansava de exibir suas amantes e me expor publicamente ao ridiculo. Até o dia em que eu fui ao supermercado e encontrei um colega do curso de música. Adriano era bem discreto, tímido. Eu e ele trocamos telefones e passamos a nos falar. Eu criei coragem e comprei uma flauta, lógico que eu escondi isso de meu marido. E também passei a me encontrar as escondidas com Adriano. Estava nas nuvens. Ele era tudo que o Mateus nunca seria, educado, rico, e estava apaixonado por mim. Quando eu achei que eu amava o Mateus eu não percebi que ele estava mais interessado em minha fortuna que em mim exatamente. Hoje amargamente eu tinha essa noção. Eu deleguei tudo a ele. E hoje ele era um homem rico as minhas custas. Era pra ele me paparicar e me encher de mimos, ja que eramos casados com separação de bens, graças a uma clausula no testamento de meu avô, mas o Mateus parecia confiar demais em seu rostinho bonito para pensar que eu o largaria. Demorou três meses ao lado do Adriano para que eu abandonasse tudo e fosse com ele pra Londres. O trágico é que eu mandei um advogado acertar os termos do divórcio e o Mateus se recusou a assinar. Eu entrei com o litigio. E consegui. Eu agora havia me casado com Adriano, estavamos felizes, mas algo parecia querer destruir minha felicidade. O Adriano sofreu um acidente de carro e faleceu. Meu mundo desmoronou, ainda assim eu permaneci ali. Eu enterrei meu marido com toda a dignidade e me afundei no trabalho pra nao sofrer. Eu amava a música, Adriano também. Eu eatava na sinfônica londrina, sonho de qualquer músico. E eu estava realizada. Então porque eu estava ali sentada naquela poltrona infeliz? Porque eu estava com tantas saudades de casa?. Peguei o telefone e tentei mais um telefonema pra casa. Aquele era meu apartamento, meu orgulho, mas definitivamente nao era meu lar. Meu lar estava onde meu coração estava. E no momento minha avó era meu coração. Mais uma vez a telefonista me avisou que ninguem atendia. Minha avó raramente saía. Ela tinha uma pessoa que cuidava dela e mais uma cozinheira e uma faxineira. A faxineira nao ia aos domingos mas a folga da cozinheira era na sexta. Portanto era estranho ninguem atender. Quantos dias nao falava com sua avó? Dez!!! Uma eternidade. Peguei alguma coisa para comer enquanto escrevia essas linhas. Voltei ao espelho duas vezes ja. Nao achei nada de errado. Continuei aqui, escrevendo. Nesse diário. As quatro horas meu telefone tocou. Certamente era alguma agenda de ultima hora para aquela noite. Pensei em não atender mas peguei o telefone e disse um seco "hi" como era comum por la. Então eu ouvi uma palavra familiar: Senhora Cassia? Nao miss, mas senhora. Eu contente por ouvir minha lingua novamente disse um oi alegre. Bem perdão, trago péssimas notícias. Sua avó infelizmente faleceu nessa madrugada. Somente agora conseguimos contatar a senhora. E desculpe mas como única parenta, a senhora necessita vir e autorizar os papéis para o enterro ou crematório........ Eu estava em choque. Eu murmurei um estou indo, mas voltei para a mesa e escrevi mais essas palavras. Agora sei o que eu sentia e o espelho nao me dizia. Não estava no espelho mas dentro de mim. Notei que eu fiz tudo que quis mas abandonei quem era meu porto seguro. Eu fiz exatamente como a minha mãe, se meu avô estivesse aqui ele provavelmente se envergonharia de mim. Ele diria que eu era mesmo como ela. E eu matei minha avó com minha distancia, assim como minha mãe matou meu pai. E eu não tinha mais um lar. Porque meu lar não era minha casa e sim minha família e agora eu não tenho nenhuma....
Nota: Uma pessoa achou esse diário
Numa caixa que pertencia á sua tia avó. Mas segundo ela não tem nenhuma relação com ela ou com a família dela. Mas o marido dela tinha um sobrinho chamado Adriano que morreu em Londres num acidente de carro, porém nunca ninguém da família teve conhecimento que ele foi casado. Essa pessoa pesquisou quem poderia ser essa mulher cujo o diário de apenas 5 páginas é tão interessante. Porém o diario não menciona sobrenomes e nem datas ou lugares, no fim do diário tem a frase escrita "O corpo comanda, a mente domina" e o restante esta tudo em branco. Portanto eu modifiquei os nomes dos personagens. Tomara que eu não esteja infringindo nenhuma lei.
18 outubro 2012
O corpo conduz, a mente domina.
Estou aqui. Olhando o espelho de meu apartamento. Meu. Nem posso crer que cheguei a isso. É bizarro as vezes pensar em como a natureza é cruel. Ela nos cobra preços dos quais nem sempre podemos pagar. O que ha de errado comigo? Me pego a olhar no espelho pra ver o que mudou. Muitas coisas mudaram- uma voz insiste em gritar em meus ouvidos- mas eu tento ignorar e não pensar no amanhã. Amanhã nem existe. E é bobagem você pensar o contrário... Mas o amanhã não me incomoda. O que me incomoda é o ontem... Ontem eu era uma pessoa e hoje misteriosamente meu espelho diz o que meus olhos não conseguem enxergar mas que eu sei.que esta ali em algum lugar. Bem... Até que eu descubra eu vou movimentar, saio do banheiro e vou pra cozinha. Domingo, nada pra fazer. Essa hora é burrice tentar ligar pra minha avó. Ela está dormindo. Eu acho que é aí que começa. Eu sou filha de vó. Tudo que eu tenho de meu pai é uma foto amassada partida ao meio do casamento dele com minha mãe. Corrigindo: progenitora, mãe é palavra doce que escorrega na lingua e faz o coração se enternecer. Minha avó é minha mãe, embora meu avô nunca houvesse permitido que eu a chamasse assim. Meu avô era um daqueles homens que parecia que nunca ia morrer. Me criou da forma antiga, dizendo que o erro dele com meu pai foi deixá-lo solto demais. Eu fui criada na vara de marmelo ( muito embora eu nunca tenha levado uma varada sequer, apenas de avistar meu avô empunhando uma era suficiente para eu tremer) lógico que minha avó escondia algumas de minhas travessuras. Mas elas eram poucas. Quando eu perguntava sobre meus pais tudo que meu avô dizia era: Ele morreu e não devemos falar dos mortos. E ninguem ousava dizer mais nada. Uma unica vez que eu perguntei da minha mãe, ele não respondeu e ficou entendido que aquele assunto era proibido. Naquele ano eu saí da escola municipal e fui pra um colegio catolico. Era diferente. Eu fui batizada quando bebê mas meus avós não iam a igreja. Minha avó me ensinou todas as rezas e a biblia e ela dizia que meu nome era por conta de eu ter nascido no dia de santa Rita. Mas eu me chamo Cássia, respondi e ela disse, Santa Rita era de Cássia, uma cidade la do outro lado do mundo. Seu pai disse que um dia ia te levar lá. E então ela saiu chorando como sempre acontecia quando ela falava dele. E naquele ano eu vivi outra realidade dentro de um colegio catolico. Eram duas missas por dia mas só podia comungar em uma. E tinha confissao toda semana. O colegio era pra meninos e meninas, mas os padres educavam os meninos e as freiras as meninas e nós nunca chegavamos perto um do outro. Aprendi outras coisas, música, desenho arte. Até parecia um daqueles filmes dos anos 30. Não tinhamos tv mas eu tomei amor pela leitura. Foram quatro anos no colegio. E então eu estava pronta pra faculdade. Eu ia ter bolsa na PUC mas meu avô chegou la pra me buscar e disse que neta dele não ia ter mais estudo que o necessario. Que agora ela podia arrumar um moço bom e casar. Mas ela não queria casar, ela queria ir pra faculdade. Então ela chegou no avô e disse: eu quero ser professora. Ela sabia que essa era a unica profissao que seu avô não iria se opor de ela estudar. Entao ele concordou, matriculou-se no curso de letras e um mês depois ela pediu transferencia para o curso de música. Nunca soubera porque, mas ela tinha um magnetismo natural pelas artes, e ela havia aprendido piano na escola e decidiu ir além. Se seu avô descobrisse ele iria tirar ela de la a força. Ele odiava tudo isso. E um ano depois ela soube porque. Seu avô, o homem que parecia que nunca iria morrer teve um ataque cardiaco fulminante, morreu quieto na cadeira fumando cigarro e lendo jornal. A avó disse que se ele sentiu algum mal estar ou dor, ele não abriu a boca nem pra reclamar. Então pela primeira vez em minha vida eu vi a lápide do meu pai. Sem foto. Tinha só o nome Jorge Francisco de Souza gravado e as datas de nascimento e morte. Eu não tinha nem completado um ano... Meu avô foi enterrado com ele. E quando o enterro acabou minha avó ficou lá, olhando triste... Então me ocorreu que o nome de minha mãe não estava ali. Olhei firme pra minha avó e perguntei. Ela me olhou com olhar desolado e me arrependi da pergunta. "Seu pai conheceu sua mãe num bar. Ela cantava nesse bar e ela era de longe a mulher mais linda que seu pai havia visto. E tinha uma voz encantadorq também. Logo seu avô ficou sabendo e proibiu seu pai de se encontrar com ela. Mas seu pai desobedeceu. Ele brigou com seu avô, saiu de casa. Naquele dia seu avô mandou retirar cada retrato dele da casa. Seu avô declarou que ele estava morto pra ele. Mal soube ele que um após isso iria se tornar real. Seu pai me ligava e a gente se encontrava na igreja todos os dias. Ele casou e me deu uma foto. Aquela foto sua que você carregava quando criança. Acho que foi a única que sobrou. Logo veio a noticia que sua mãe estava grávida. Mas aí que os problemas começaram em sua casa. Sua mãe não estava contente com sua gravidez. Isso tirou o brilho dela cantar. Isso fez o amor que ela.e seu pai sentiam se evaporar e foi piorando quando você foi crescendo e ela engordando. No dia em que vc nasceu eu fui ao hospital e eu ouvi sua mãe dizer pra tirar esse monstrinho que só sabia chorar de perto dela que ela não queria nem ver você, mas eu achei que a raiva iria passar. Me enganei. Sua mãe não colocou nem os olhos em você pelos dias seguintes, e quando ela achou que estava boa o suficiente, partiu. Quando seu pai soube ele tambem nao aguentou a pressão. Saiu com voce no colo perambulando na rua. Bateu na porta de casa, me entregou voce e disse, essa é a Cassia mãe. Por causa de Santa Rita. Um dia eu vou levar ela pra conhecer essa cidade. Lá do outro lado do mundo. Cuida dela pra mim por uns dias. Eu vou arrumar uma babá, mas não posso abandonar meu emprego. Eu consenti. E quando seu avô perguntou quem era você eu menti dizendo que uma irmã pediu que eu cuidasse por uns dias ate arrumar um lar. Seu avô gostou de você, você passou uma semana la e ele disse, se eu nao estivesse tao velho ficava com ela. Mal sabia ele que esse era seu destino. Seu pai voltou pra casa e se suicidou. A policia nos procurou alguns dias depois e seu avô era só desespero. Então eu contei a verdade sobre você e ele apesar do jeito durão te amou e cuidou da neta dele como uma filha." eu me senti uma traidora aquele dia. Por várias questões. No entanto aquele dia eu cresci. Cinco anos se passaram desde então... Eu voltei pro espelho e continuei a observar. Algo havia mudado. Mas o que?
CONTINUA...
17 outubro 2012
Review Arrow
Review Beauty and The Beast
11 outubro 2012
Editar também é diversão
Este post na verdade não é bem um post... Não entenderam? Bem, acontece que eu adoro editar videos, então decidi postar aqui pra vocês darem uma olhadinha em alguns deles...
Keep Calm...
O Morro dos Amores
As Crônicas de Ana - Parte 2
As Crônicas de Ana - Parte 1
10 outubro 2012
Cabelo da Amy Winehouse
Vamos lá entao?
Unhas!!!
Listras Degradê